Chuva, enfim, chega ao MS e atinge municípios das regiões sul e sudoeste
Precipitação ocorreu em cidades como Bonito, Laguna Carapã e Ponta Porã
Após dias de intensa fumaça cobrindo grande parte de Mato Grosso do Sul, causada por queimadas no Estado e em regiões vizinhas, a chuva chegou para aliviar parcialmente a situação neste sábado (14). Cidades da região sul e sudoeste, como Bonito, a 297 km de Campo Grande, amanheceram com chuva.
O morador de Bonito, Pedro Braga, que registrou em vídeo a chuva na manhã de hoje, relatou que ainda chovia às 9h e que o ar da cidade ficou mais limpo. "Abaixou a fumaça e agora o ar está muito mais limpo".
De acordo com o meteorologista do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), Olivio Bahia, a chuva, que começou a cair em alguns pontos do Estado na madrugada, deve persistir até segunda-feira (16) ou terça-feira (17). "Hoje e amanhã teremos essa instabilidade, com precipitação em algumas áreas do Estado", explica o especialista.
Os registros de chuvas variaram em diferentes municípios do Estado. Em Bonito, a precipitação acumulada foi de 17,6 mm entre 3h e 9h da manhã, enquanto Sete Quedas registrou 14 mm.
Outros municípios, como Aral Moreira (3,4 mm), Iguatemi (1,6 mm), e Mundo Novo (11,6 mm) também tiveram chuvas, segundo dados do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Já Ponta Porã registrou 3,8 mm.
Apesar da ausência de chuva em Campo Grande, rajadas de vento de até 45 km/h foram registradas no aeroporto da Capital. Segundo Bahia, a presença da fumaça ainda é intensa na cidade. "A nuvem de chuva ainda não apareceu em Campo Grande, mas a fumaça está bem presente. Ela só vai embora quando tivermos uma chuva forte para 'lavar' o ar", pontua.
Limpeza da atmosfera - Olivio alerta que a chuva intermitente não será suficiente para resolver o problema da fumaça de forma imediata. "A fumaça que vemos aqui não é só das queimadas de Mato Grosso do Sul. Ela vem também da Amazônia, da Bolívia e do Paraguai", esclarece o meteorologista. Além disso, ele destaca que o acúmulo de poluentes na atmosfera — incluindo a emissão de veículos e fábricas — contribui para o fenômeno.
De acordo com o meteorologista, a "chuva escura", que está sendo observada em algumas regiões do país, é uma espécie de "lavagem da atmosfera", o que traz à tona a poluição acumulada, proveniente não apenas das queimadas, mas também da emissão de poluentes urbanos, como fumaça de veículos, fábricas e terrenos baldios queimados.
Olivio compara a situação a lavar uma varanda muito suja, em que a primeira água retirada é mais escura. Ele também alerta para os componentes tóxicos dessa chuva. "É uma água que não contém apenas terra e sujeira, mas também dióxido de carbono e enxofre, que são prejudiciais", acrescenta.
Alerta - O Inmet também emitiu um alerta amarelo para tempestades em 50 municípios do Estado, com previsão de chuvas entre 20 e 30 mm/h ou até 50 mm/dia, acompanhadas de ventos intensos (40-60 km/h) e possibilidade de queda de granizo. A previsão é de baixo risco de cortes de energia, estragos em plantações, queda de galhos de árvores e alagamentos.
As cidades sob alerta são: Vicentina, Taquarussu, Tacuru, Sidrolândia, Sete Quedas, Rio Brilhante, Porto Murtinho, Ponta Porã, Paranhos, Novo Horizonte do Sul, Nova Andradina, Nova Alvorada do Sul, Nioaque, Naviraí, Mundo Novo, Miranda, Maracaju, Laguna Carapã, Juti, Jateí, Jardim, Japorã, Ivinhema, Itaquiraí, Itaporã, Iguatemi, Guia Lopes da Laguna, Glória de Dourados, Fátima do Sul, Eldorado, Dourados, Douradina, Deodápolis, Corumbá, Coronel Sapucaia, Caracol, Caarapó, Bonito, Bodoquena, Bela Vista, Batayporã, Bataguassu, Aral Moreira, Antônio João, Angélica, Anaurilândia, Amambai.
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