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Meio Ambiente

Com previsão de chuva só em outubro, crise hídrica se agrava no Rio Paraguai

Cena mais impressionante acontece quando o rio passa por Assunção: pior seca em 121 anos

Por Aline dos Santos | 08/09/2024 07:48
Registro da seca no Rio Paraguai em 26 de agosto, em Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense) 
Registro da seca no Rio Paraguai em 26 de agosto, em Corumbá. (Foto: Anderson Gallo/Diário Corumbaense)

Com previsão de chuva só em outubro, e ainda assim abaixo da média, a crise hídrica vai se agravar na BAP (Bacia do Alto Paraguai) nas próximas semanas. Mesmo com a Hidrelétrica de Manso, no vizinho Mato Grosso, liberando mais água do reservatório, a seca segue histórica.

Cena mais impressionante acontece quando o rio passa por Assunção, capital do Paraguai. Na sexta-feira (dia 6), foi quebrado o recorde histórico para aquele ponto em 121 anos de medição: – 77 centímetros. O Rio Paraguai é o principal corpo hídrico do Pantanal.

O nível do rio também registra ritmo acelerado de queda em Mato Grosso do Sul. Em julho, a régua de Ladário (município vizinho a Corumbá) marcava 74 centímetros. Em agosto, caiu para 17 centímetros. Os dados foram divulgados pela Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

Na régua instalada em Porto Murtinho, o nível caiu de 169 centímetros para 128 centímetros em um mês.

Jaime Verruck (camisa azul claro) duranre reunião da Sala de Crise da Bacia do Rio Paraguai. (Foto: Mairinco de Pauda)
Jaime Verruck (camisa azul claro) duranre reunião da Sala de Crise da Bacia do Rio Paraguai. (Foto: Mairinco de Pauda)

“O que está claro de acordo com os dados apresentados é que a situação sinaliza para aumento do nível crítico. Só teremos chuvas a partir de outubro, ainda assim abaixo do esperado. Isso já traz consequências graves para atividades econômicas importantes como a agropecuária, o transporte hidroviário sobretudo de minérios que está praticamente suspenso e com restrições para outros setores”, afirma o titular da Semadesc, Jaime Verruck.

Na sexta-feira, ele participou de reunião virtual da Sala de Crise da Bacia do Alto Paraguai. Na ocasião, representantes do Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento de Alertas e Desastres Naturais), do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), do Serviço Geológico do Brasil e do Operador Nacional do Sistema Elétrico apresentaram dados do quantitativo de chuvas, níveis dos rios e previsões para as próximas semanas. Todos mostram cenários preocupantes de chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas.

No mês passado, a navegação de transporte de cargas no Rio Paraguai foi totalmente interrompida em Mato Grosso do Sul.  Em maio, a ANA (Agência Nacional de Águas) declarou escassez hídrica na Região Hidrográfica do Paraguai.

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