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Meio Ambiente

De novo, incêndios devastam metade da Terra Indígena Kadiwéu

Nesta terça-feira (20), cerca de 60 brigadistas e super avião da FAB combatem fogo intenso na área

Por Cassia Modena | 20/08/2024 10:50
O super avião KC-390, da FAB, apoia combate na Terra Indígena com jatos de água (Foto: Divulgação/FAB)
O super avião KC-390, da FAB, apoia combate na Terra Indígena com jatos de água (Foto: Divulgação/FAB)

É crítica a situação da Terra Indígena do povo kadiwéu, localizada em Porto Murtinho, por causa de incêndios. Pouco mais da metade da área foi devastada pelo fogo entre 1º de janeiro e esta terça-feira (20), segundo o Lasa-UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Foi atingida porção correspondente a 52% das terras (280.325 hectares). Os dados do laboratório mostram que o mês de agosto é mais difícil com relação ao fogo, até agora. Janeiro, março e junho também tiveram registros de queimas intensas.

Tentam controlar os incêndios cerca de 60 brigadistas do Prev/Fogo do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), segundo informou o coordenador da brigada, Márcio Yule. O super avião KC-390, da FAB (Força Aérea Brasileira) ajuda lançando jatos d'água.

Área itingida por incêndio em 2023; ainda não foram divulgadas imagens do prejuízo atual (Foto: Reprodução/Instagram/Associação de Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu)
Área itingida por incêndio em 2023; ainda não foram divulgadas imagens do prejuízo atual (Foto: Reprodução/Instagram/Associação de Brigadistas Indígenas da Nação Kadiwéu)

Segundo o último boletim sobre as operações contra os incêndios em Mato Grosso do Sul, divulgado pelo Corpo de Bombeiros ontem (19), um novo foco foi identificado "nas proximidades da comunidade indígena". Uma brigada kadiwéu iniciou o combate a ele. Depois, outras equipes chegaram para reforçar.

Cerca de 1,7 mil indígenas vivem atualmente por lá, segundo estimativa do Instituto Socioambiental. A reportagem entrou em contato com as equipes combatentes e representante da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas), para saber se foi necessário remover pessoas da área. Ainda não houve retorno.

A PMA (Polícia Militar Ambiental) também foi contatada e informou que não foi acionada para resgatar animais afetados, até o momento.

De novo - Não é a primeira vez que o fogo queima metade da Terra Indígena Kadiwéu. O mesmo aconteceu em 2021.

Incêndios de grandes proporções também foram registrados em 2020, 2022 e 2023. A sequência torna ainda mais difícil ações de reflorestamento e recuperação da área afetada.

Brigadistas do PrevFogo circulam em área que virou cinzas, em 2022 (Foto: Divulgação/Ibama)
Brigadistas do PrevFogo circulam em área que virou cinzas, em 2022 (Foto: Divulgação/Ibama)

Desde 2021, o Ibama forma brigadas indígenas para atuar contra os incêndios. Uma delas treinou kadiwéus, que agora lutam contra o fogo ao lado da junto às equipes estatais.

O cenário de seca, além das condições climáticas de altas temperaturas e fortes ventos desta época do ano, favorecem a propagação das chamas. O Campo Grande News segue apurando informações sobre qual é a origem do fogo na Terra Indígena.

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