Desmatamento do Cerrado de MS é o maior desde 2019, aponta Inpe
Órgão federal começou a medição em 2019; parcial pode ser ainda maior
O acumulado de alertas de desmatamento no Cerrado de Mato Grosso do Sul, neste ano, está em 83,64 km² (quilômetros quadrados), segundo dados divulgados nesta sexta-feira (5) pelo Deter (Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real), do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Essa é a maior marca para os quatro primeiros meses do ano em toda a série histórica, iniciada em 2019 para o bioma. O recorde ocorre tanto no Estado quanto no Brasil inteiro.
O índice acontece antes mesmo dos números do Inpe serem fechados para o mês de abril, o que pode aumentar ainda mais a taxa na próxima semana, quando forem divulgados os valores diários de 28, 29 e 30 de abril.
O Cerrado é o segundo maior bioma do País em extensão, superado apenas pela Amazônia. Em Mato Grosso do Sul, o bioma ocupa a primeira posição em território - seguido pelo Pantanal e Mata Atlântica.
No Cerrado sul-mato-grossense, ao todo, foram 223 avisos. Março teve o maior número, de 30,25 km². Neste período, o estado da Bahia teve a maior área com avisos de desmatamento - foram 757,65 km², seguido pelo Maranhão (339,28 km²).
Os alertas do Inpe são feitos pelo Deter, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que três hectares (0,03 km²) – tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (por exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).
O dado não é o oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. O Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) é considerado o sistema mais preciso para medir as taxas anuais.