Fogo vindo da Bolívia cruza fronteira e chega ao Pantanal de Mato Grosso do Sul
Região onde chamas ardem fica a cerca de 30 quilômetros da Serra do Amolar, área rica em biodiversidade
Incêndios florestais que queimam o território boliviano há mais de duas semanas, cruzaram a fronteira e chegaram ao Pantanal de Mato Grosso do Sul ontem (29).
A brigada do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e a Alto Pantanal, mantida pelo Instituto Homem Pantaneiro, seguem combatendo as chamas desde a semana passada.
Primeiro, os combatentes tentavam impedir que o fogo invadisse o lado brasileiro, mas o vento não ajudou. "Lidavam com as chamas na Bolívia, quando houve uma mudança da direção dos ventos, que estavam a 40 quilômetros por hora e fizeram o fogo chegar ao Canal do Bonfim", conta o presidente do Instituto Homem Pantaneiro, Ângelo Rabelo.
O medo é que o incêndio chegue à Serra do Amolar, região localizada a cerca de 30 quilômetros da área em queima neste momento. Rica em biodiversidade, ela é Patrimônio Natural da Humanidade declarado pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
"A expectativa é conter hoje (30) mesmo, com a ajuda de nova mudança de vento prevista", pontua o presidente do instituto.
Autoridades bolivianas foram comunicadas. Brigadas do país seguem trabalhando para deter o fogo em seu território.
Reforço - Ainda segundo Rabelo, as brigadas receberam, também ontem, reforço de quatro militares do Corpo de Bombeiros e a ajuda de duas aeronaves do tipo AirTraktor, que lança jatos de água.
Enquanto isso, bombeiros lutam contra o fogo que atinge outras regiões do Pantanal de Mato Grosso do Sul. De acordo com os as últimas informações enviadas à imprensa, há mais quatro focos ativos.
Um está próximo à Fazenda Tupaceretã e outro, perto da Fazenda Santa Sofia, ambas localizadas na região da Nhecolândia. Um terceiro é combatido em Rio Verde de Mato Grosso.
Perto de 1 milhão - Aproxima-se de 1 milhão de hectares a área que ardeu no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul entre 1º de janeiro e ontem.
Conforme mostram os dados do Lasa-URFJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro) obtidos por imagens de satélite, 909.300 hectares é a extensão que virou cinzas no período.
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