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Meio Ambiente

Maior tatu do mundo: Isabel dá à luz ao 4º filhote no Pantanal da Nhecolândia

Ela foi registrada pelas armadilhas fotográficas, ferramenta de monitoramento, exibindo o novo filhote

Por Viviane Oliveira | 16/02/2024 09:57
Isabel, mamãe tatu-canastra brincando com o filhote (Foto: divulgação/ICAS)
Isabel, mamãe tatu-canastra brincando com o filhote (Foto: divulgação/ICAS)

Monitorada há 12 anos pelo projeto do ICAS (Instituto de Conservação de Animais Silvestres), a tatu-canastra Isabel deu à luz ao 4º filhote, no Pantanal da Nhecolândia, em Corumbá, distante 428 quilômetros de Campo Grande. Ela foi registrada pelas armadilhas fotográficas, em seu habitat, exibindo o novo filhote, o quarto desde que começou a ser monitorada pela iniciativa.

Os pesquisadores, que monitoram Isabel desde 2011, estimam que ela tenha pelo menos 20 anos. Isabel foi a primeira da espécie a receber um transmissor de rádio, tornando-se uma representante importante dos tatus-canastra, considerados os maiores tatus do mundo. Eles podem chegar a até 1 metro de comprimento.

Segundo o presidente e fundador do ICAS, Arnaud Desbiez, é difícil realizar o monitoramento de um indivíduo em vida livre por tanto tempo, mas que ao longo dos anos, Isabel não apenas desbravou os campos abertos, como também proporcionou descobertas valiosas, tornando-se uma fonte inestimável de informações sobre hábitos alimentares, padrões de movimentação, interações sociais e de reprodução da espécie.

 “Através do estudo realizado com Isabel, constatamos que as fêmeas atingem a maturidade sexual entre 7 e 9 anos, têm gestações de 5 meses e geram apenas um filhote a cada 3 a 4 anos. Essa baixa taxa de crescimento populacional coloca a espécie na lista de animais ameaçados de extinção. Ou seja, as características que tornam cada tatu-canastra único e precioso indicam que a espécie pode se extinguir localmente facilmente”, explicou Arnaud.

Segundo o pesquisador, ao longo de sua vida, Isabel contribuiu para a definição de novos parâmetros na pesquisa científica e também deixou um legado de esperança para a continuidade da espécie no ecossistema do Pantanal. “Desde 2010, quando iniciamos as pesquisas na fazenda Baías das Pedras, na região pantaneira da Nhecolândia, monitoramos mais de 40 indivíduos de tatu-canastra. No entanto, Isabel é o que temos monitorado por mais tempo, e ao longo dos anos, este animal foi o que mais nos proporcionou conhecimento valioso sobre a espécie”.

Arnaud disse que o nascimento do pequeno tatu-canastra representa uma celebração para o projeto e estabelece uma contribuição significativa para a compreensão da espécie única, alimentando as esperanças de pesquisadores que atuam em prol da sua conservação. O registro, acima, da mãe com o filhote, foi feito em dezembro do ano passado.

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