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Meio Ambiente

Operação tenta barrar degradação que há 90 dias deixa Rio da Prata leitoso

Relatório da ação será formalizado e encaminhado ao Imasul, Ministério Público e à delegacia de Polícia Civil

Jhefferson Gamarra | 29/04/2023 17:02
Flagra de pedras que foram retiradas dos drenos em propriedades rurais (Foto: Direto das Ruas)
Flagra de pedras que foram retiradas dos drenos em propriedades rurais (Foto: Direto das Ruas)

Operação ambiental envolvendo equipes do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e PMA (Polícia Militar Ambiental) foi deflagrada neste sábado (29) e teve como alvo propriedades rurais banhadas pelo brejão do Rio da Prata, área úmida no limite entre as cidades turísticas de Bonito e Jardim, a 250 quilômetros de Campo Grande.

A ação teve como objetivo frear o processo de degradação do Rio da Prata, que há 90 dias está com aspecto leitoso, impedindo mergulhos com cilindro e demais atividades de Ecoturismo. O aspecto esbranquiçado da água foi observado desde 31 de janeiro, após chuva intensa na região.

Desde o inicio, o problema ambiental vem sendo monitorado pelo Projeto Cabeceiras do Pantanal, do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), na altura a Ponte do Curê, em Jardim. O instituto verificou que o problema poderia estar a uma fazenda, onde pedras foram removidas de drenos. A movimentação das pedras na área de banhado, que tem o chamado solo cárstico, resultaria na cor esbranquiçada.

A 4ª Companhia da PMA (Policia Militar Ambiental) de Bonito confirmou que houve a operação para identificar possíveis irregularidades, mas não detalhou quais propriedades foram alvos, nem qual a situação encontrada “Realizamos a vistoria. Agora estamos formalizando o que foi constatado. Tudo que está sendo documentado vai ser encaminhado ao IMASUL, Ministério Público e, caso necessário, à delegacia de Polícia Civil”, resumiu o capitão Basílio Cesar da Silva, comandante da subunidade.

Aspecto leitoso do Rio da Prata ocasionado pela degradação do brejão (Foto: Direto das Ruas)
Aspecto leitoso do Rio da Prata ocasionado pela degradação do brejão (Foto: Direto das Ruas)

Há suspeita de que os drenos foram abertos sem licença ambiental para secar a área de banhado, propiciando o uso para agropecuária, tendo em vista que região tem várias pequenas nascentes e os solos férteis atraem a agricultura.

O brejão do Rio da Prata é uma área úmida com 5 mil hectares, que abrange várias fazendas e funciona similar ao rim, filtrando os sedimentos que iriam para o rio. Em 1984, a área do brejão era calculada em 7 mil hectares, mas que foi reduzida para 5 mil hectares com o passar do tempo.

A proteção aos brejos, também conhecidos como banhados ganhou reforço com a Lei 5.782, assinada pelo ex-governador Reinaldo Azambuja em 2021. A legislação instituiu como áreas prioritárias banhados nas nascentes dos rios da Prata e Formoso. A lei abrange 13.659 hectares nos municípios de Bonito e Jardim, no entanto parte do banhado onde nasce o Rio da Prata ficou de fora, ficando vulnerável para pratica de crimes ambientais.

A reportagem tentou contato com o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) e Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) para acessar mais detalhes sobre a operação. O instituto informou que técnicos monitoram e analisam imagens feitas com drone e foram até a área para análise. Relatório deve ser entregue até quarta-feira (3).

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