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Meio Ambiente

Pesquisa revela que Cerrado registra a maior seca em 700 anos

Estudo feito pela USP aponta que o aquecimento na região central do País é 1 ºC mais alto que a média global

Por Jéssica Fernandes | 02/07/2024 09:31
Área devastada após fogo atingir parte do Pantanal, em Corumbá. (Foto: Alex Machado)
Área devastada após fogo atingir parte do Pantanal, em Corumbá. (Foto: Alex Machado)

O Cerrado brasileiro vive uma seca sem precedentes na história. A USP (Universidade de São Paulo) mostra que a intempérie é a maior em mais de 700 anos do bioma que predomina parte da região Centro-Oeste.

A pesquisa realizada pela instituição teve como base análises químicas feitas com estalagmites presentes na Caverna da Onça que fica dentro do Parque Nacional das Cavernas do Peruaçu (MG).

Sensíveis às condições ambientais, as formações rochosas conseguem registrar informações sobre temperatura, umidade e química da água. A partir dos estalagmites, os pesquisadores conseguiram reconstruir a variabilidade do clima ao decorrer dos últimos 718 anos;

Cruzando dados dessas formações históricas com elementos químicos encontrados no local, a equipe da USP constatou que o aquecimento na região central do País  é 1 ºC mais alto que a média global. Essa diferença na temperatura não permite que a água da chuva se infiltre no solo, pois parte considerável evapora antes desse processo.

Consequências - O fenômeno é classificado como distúrbio hidrológico que acarreta em algumas consequências, como mudanças no padrão de chuva que se torna menos frequente e menor recarga nos aquíferos com potencial de afetar os níveis dos rios.

O estudo da USP também revela que a seca sem precedentes é causada pelo aumento da temperatura induzida pela atividade humana na emissão de gases do efeito estufa. A pesquisa intitulada 'Seca Antropogênica Moderna no Brasil Central Sem Precedentes nos últimos 700 anos' foi publicada na revista 'Nature Communications'.

Pantanal - Já o outro bioma que predomina o Centro-Oeste, o Pantanal é o bioma que mais perdeu superfície de água nos últimos 38 anos em relação ao próprio tamanho. O estudo foi publicado na semana passada pelo MapBiomas.

Já os anos de 2021 e 2022 são os mais secos da série histórica apresentada.

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