“Não lido com popularidade, lido com responsabilidades”, diz Reinaldo
Após Assembleia aprovar mudanças na Previdência estadual, governador afirma que adotará as medidas necessárias para evitar que o Estado sucumba
O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) voltou a defender na manhã desta quarta-feira (28) a implementação da reforma da previdência estadual. Aprovada em meio a protestos de sindicalistas na Assembleia nesta terça-feira (27), a proposta foi apontada por ele como necessária, mesmo que seja encarada como impopular.
Reinaldo afirmou que um governante nunca pode titubear ao tomar atitudes administrativas, temendo efeitos negativos em sua imagem. “Não lido com popularidade, lido com responsabilidades. Se tiver de tomar outras medidas impopulares, mas necessárias, com certeza o governo vai tomar, para o Estado não sucumbir”, declarou o governador nesta manhã, durante evento na sede das Varas de Justiça Federal em Campo Grande, no Parque dos Poderes.
Como exemplo de pautas com potencial de atingir a imagem que a sociedade têm do governo, Reinaldo citou a reforma administrativa –que enxugou o número de secretarias, a partir da unificação de órgãos da gestão pública– e a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que instituiu um teto de gastos na gestão estadual. “Estou olhando para daqui a 10 anos”, disse.
Ordem – O governador também comentou as afirmações da direção da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional de Mato Grosso do Sul), que ameaça ir à Justiça contra a reforma recém-aprovada. Embora tenha afirmado ser um direito da instituição questionar a proposta, também pediu outras ações da Ordem voltadas ao sistema previdenciário estadual.
“Para mim, a OAB deveria também analisar os processos de aposentadorias que foram pagas desde o passado, que a sociedade paga”, disparou Reinaldo. O governador também avaliou serem importantes as apurações propostas na Assembleia sobre a previdência estadual. “Tudo o que for para investigar a previdência é importante”.
Após a aprovação da reforma da previdência na terça-feira, a bancada do PT no Legislativo estadual ventilou pedir a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre a Ageprev (Agência Estadual de Previdência de Mato Grosso do Sul).
Após iniciar a coleta de assinaturas, porém, os parlamentares decidiram mudar a estratégia e solicitar uma auditoria nas contas da previdência sul-mato-grossense –que seria mais rápida e não sofreria com o recesso parlamentar, obrigando-a a suspender os trabalhos em dezembro e ser reaberta em 2018.