Reinaldo quer usar dinheiro da dívida para acabar com conflito indígena
O governador Reinaldo Azambuja, com aval da Assembleia Legislativa, pretende propor à presidente Dilma Roussef, que parcelas do pagamento da dívida do Estado com a União (em torno de R$ 90 milhões por mês) possam ser usadas na compra das fazendas reivindicadas por terra indígena.
Os 15 mil hectares que são reivindicados pelo terena da Reserva Buriti, entre Sidrolândia e Dos Irmãos do Buriti, por exemplo, estão avaliados em torno de R$ 130 milhões. A proposta, segundo o deputado Zé Teixeira (DEM), está em fase de formatação por parte do governo. O Estado destina o dinheiro para a indenização dos fazendeiros e abate o valor sobre a dívida.
“Temos R$ 90 milhões que por mês são usados para pagar a dívida do Estado com o governo federal. Se durante seis meses, em acordo com o Governo do Estado e o Governo Federal, deixarmos de pagar esse valor e depositar no Fundo, podemos negociar com os produtores rurais. Essa é uma proposta concreta. Com isso poderemos ressarcir o produtor e dar a terra aos índios. É uma proposta viável”, defendeu o deputado Paulo Corrêa (PR), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).
Pedro Kemp (PT) lamentou a situação de caos vivida em Mato Grosso do Sul e pressionou a União. “Os produtores querem vender as terras. Precisamos pressionar o Governo Federal para comprá-las e demarcá-las. Representa apenas 3% do território do Estado, o que não irá interferir na economia”.
Além de defender a compra das terras, Mara Caseiro (PTdoB) também quer que o Governo Federal garanta condições dignas para a sobrevivência dos índios e execute uma reforma agrária indígena. “Defendo que seja feita a divisão dos lotes e que os índios possam plantar, colher e cuidar das próprias famílias”, afirmou.