Acusado de sacar propina para Claudinho, advogado faz delação premiada

A Justiça contará com um segundo acordo de colaboração premiada para julgar os envolvidos no esquema de corrupção que desviou milhões em fraudes de licitações em Sidrolândia e resultou na prisão do vereador por Campo Grande, Cláudio Jordão Serra Filho, o “Claudinho Serra” (PSDB), entre outros, em abril deste ano. Depois do ex-chefe do setor de compras e licitações, Tiago Basso da Silva, o empresário e advogado Milton Matheus Paiva Matos fez acordo.

Claudinho era secretário municipal de Fazenda em Sidrolândia e é genro da prefeita Vanda Camilo. Os contratos já identificados que entraram na investigação alcançaram o montante aproximado de R$ 15 milhões. Segundo o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), houve esquema de corrupção desde 2017 para obtenção de vantagens ilícitas por meio da prática de crimes de peculato, falsidade ideológica e fraude às licitações, associação criminosa e sonegação fiscal.

Em documento que integra o processo, a promotora de Justiça de Sidrolândia Bianka Mendes requer nova audiência de instrução e menciona que o acordo de colaboração foi homologado. Não é possível ter acesso a homologação, pois, por lei, tramita em sigilo. O MP-MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) pede ainda que os outros réus da primeira fase da Operação Tromper sejam ouvidos novamente.

Milton é proprietário da empresa 3M Produtos e Serviços e foi apontado como um dos responsáveis por sacar propina que seria destinada a Claudinho, segundo o MP-MS, entre outros episódios de participação em fraude.

Além de Milton, o vereador Claudinho e Thiago, foram presos o empresário Ueverton da Silva Macedo, apontado como líder do esquema que desencadeou a Operação Tromper; o chefe de licitação da Prefeitura de Sidrolândia, Marcus Vinícius; a servidora Ana Paula Flores; e o ex-assessor de Claudinho, identificado como Thiago Alves.

O advogado de Claudinho, Tiago Bunning, manifestou surpresa ao saber do acordo de delação. Claudinho está afastado, por atestados, da Câmara Municipal da Capital desde o início de abril deste ano, quando foi preso na Operação Tromper. Ele foi solto com o uso de tornozeleira eletrônica.

“Nos surpreende a informação veiculada em reportagens acerca da realização de uma nova delação, pois temos procuração juntada nos autos e não existe qualquer informação pública a este respeito na ação penal ou nas medidas cautelares”, disse.

A reportagem não conseguiu falar com o advogado de Milton por telefone, no entanto aguarda resposta por mensagem de Whatsapp, caso a defesa queira se manifestar.

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