Alheio à política, eleitor ignora que precisa votar duas vezes para senador
Mandato para o cargo dura oito anos e, a cada quatro, a votação ocorre de forma alternada
Muita gente não sabe ou esquece, mas nestas eleições, o eleitor terá de escolher dois senadores - não só um -, além do presidente da República, governador do Estado, deputados estadual e federal.
Especificamente para senador, a obrigação de votar em dois nomes diferentes ocorre este ano porque o mandato deles é de oito anos, diferente de todos os outros cargos eletivos que duram quatro.
Mesmo com o mandato durando oito anos, a eleição para o cargo de senador ocorre a cada quatro anos. Ou seja, há eleições em que a renovação no Senado é de um terço, quando é eleito um senador por Estado e, quatro anos depois, a renovação é de dois terços, como é o caso de 2018.
Em MS, os senadores Pedro Chaves, que substituiu o ex-parlamentar Delcídio do Amaral, que foi cassado, e Waldemir Moka, encerram os oitos anos em 2018.
Ao menos em Campo Grande, os eleitores ouvidos pelo Campo Grande News nesta segunda-feira (dia 20) relatam desânimo e até mesmo demonstram estarem alheios ao processo político. A maioria também desconhece a necessidade de escolher dois senadores.
"Eu não sei nem quem são os candidatos ou quais são as propostas. Sinceramente estou pensando em votar nulo", afirma a estagiária de Pedagodia, Mirian Oliveira, 26 anos. Ela afirma que tem se afastado dos assuntos políticos e o que sabia, até então, era o que via pela televisão.
"Nem sabia que eram dois candidatos [que precisa escolher]", afirma o auxiliar de acabamento Antony Iury, de 20 anos. Por outro lado, os candidatos para presidente e governador do Estado já estão definidos. "Até ouvi falar de um [candidato] ao Senado, mas não sei se ele se candidatou. Se sim, eu voto nele". Quanto ao segundo nome, o jovem afirma "que não tem nem ideia".
Desconfiado com o meio político, por motivos óbvios, o aposentado Luiz Carlos Francisco, 71 anos, vota porque acredita que deve participar do processo político. "A gente já não confia [nos políticos]. Mas mesmo assim precisamos votar, não podemos anular". Ele também vê como novidade o fato de, neste pleito, ter de escolher dois nomes distintos para o Senado.
O funcionário de um frigorífico, Jackson Santos, 34 anos, afirma também que não está tão ligado à política e às escolhas que deve fazer em outubro. "Eu não acredito em político, nunca acreditei e o que a gente vê só aumenta este descrédito".
Mais decidida sobre alguma das escolhas, a autônoma Rogéria Baria do Carmo, 34 anos, diz que não sabia que terá de escolher dois candidatos a senador. Mas afirma que, para ganhar seu voto, precisa ser alguém com "histórico", além de ter boas propostas. "Eu já escolhi em quem vou votar. Agora só falta deputado estadual e esse segundo senador, que eu não sabia".
E não adianta o eleitor tentar votar duas vezes no mesmo candidato para o Senado. Se isso ocorrer, automaticamente, o segundo voto será anulado. Cada um dos 27 estados vai eleger dois senadores, o que soma 54 no Brasil.