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Política

Câmara pagou, mas tem deputado sem saber do auxílio de R$ 33 mil na conta

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), antecipou de janeiro para 28 de dezembro o benefício de R$ 33,7 mil, equivalente a um salário, para 505 dos 513 deputados; o total chega a R$ 17 milhões

Aline dos Santos | 05/01/2019 12:49
Câmara Federal antecipou pagamento de auxílio-mudança de R$ 33,7 mil para 505 deputados.
Câmara Federal antecipou pagamento de auxílio-mudança de R$ 33,7 mil para 505 deputados.

Vultoso e com pagamento antecipado pela Câmara Federal, o auxílio-mudança teve repercussão distinta entre a bancada que até dezembro representou Mato Grosso do Sul: tem de parlamentar que vai fazer estorno do valor para a União a aqueles que nem sabem se o dinheiro caiu na conta.

Conforme o Estadão, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que está em campanha pela reeleição, antecipou de janeiro para 28 de dezembro o benefício de R$ 33,7 mil, equivalente a um salário, para 505 dos 513 deputados.

O total chega a R$ 17 milhões. A ajuda de custo é paga no começo e no final do mandato. O valor é para cobrir despesas com mudança e transporte. O mandato dos deputados só termina em 31 de janeiro.

Eleito, o deputado federal Fábio Trad (PSD), que já está na Câmara por ser suplente, recebeu, mas vai estornar o valor. “Eu abri mão no dia 26 de dezembro, mas a folha já tinha sido preparada e houve o depósito para todos os parlamentares. Fiz o pedido de estorno e na segunda-feira vão emitir a guia para que possa depositar para a União”, diz Trad, neste sábado (dia 5).

De acordo com ele, o valor, com descontos, é de R$ 23 mil. “Já estou em Brasília e não preciso me mudar. Para que usar essa verba?”, diz. Trad afirma que é a favor do pagamento para os colegas que vão chegar ao Congresso ou os que estão de partida.

Luiz Henrique Mandetta (DEM), que deixou o cargo de deputado federal para ser ministro da Saúde, conta que não verificou sua conta, imerso nos trabalhos do ministério. “Não sei se recebi, não fui a banco. Nem sei se faço jus ou não pelo fato de ter saído. Mas não faço nada fora da lei”, afirma.

Agora ministro, ele conta que a semana foi de trabalho das 7h às 22h e que a última notícia que teve da vida parlamentar foi que Ademar Vieira Júnior (PSD), o Coringa, assumiu sua vaga.

O desconhecimento também foi citado por Geraldo Resende (PSDB), que trocou a Câmara Federal pela SES (Secretaria Estadual de Saúde), e Dagoberto Nogueira (PDT), deputado reeleito.

“Eu renunciei ao mandato e nem sei se tenho direito a isso ou não. Estou focado na Secretaria de Saúde e não tenho informação para te passar. Mas na segunda-feira posso dar o retorno”, disse Resende ao Campo Grande News.

Dagoberto também afirmou neste sábado que iria se informar. “Eu acho que não recebemos, não constatei isso ainda, teria que ver. Não vou falar nada porque pode estar errado, mas vou dar uma olhada”, diz.

A reportagem não conseguiu contato com Vander Loubet (PT), que foi reeleito; Tereza Cristina (DEM), que assumiu o ministério da Agricultura; Zeca do PT e Elizeu Dionízio (PSB), que deixam a Câmara Federal.

Documento em que Fábio Trad pede estorno de valor. (Foto: Reprodução)
Documento em que Fábio Trad pede estorno de valor. (Foto: Reprodução)
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