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Política

Candidatos de MS receberam dinheiro de 6 dos 100 maiores doadores do País

Empresários, políticos e produtores que aparecem em ranking do TSE injetaram R$ 2,9 milhões em campanhas de MS

Por Anahi Zurutuza | 22/10/2024 08:40
À esquerda, o bilionário Rubens Ometto e à direita, o político ítalo-brasileiro, Luiz Osvaldo Pastore, que investiram em campanhas de Mato Grosso do Sul (Fotos: Divulgação/Agência Senado)
À esquerda, o bilionário Rubens Ometto e à direita, o político ítalo-brasileiro, Luiz Osvaldo Pastore, que investiram em campanhas de Mato Grosso do Sul (Fotos: Divulgação/Agência Senado)

Candidatos sul-mato-grossenses nas eleições municipais de 2024 foram patrocinados por seis dos 100 maiores doadores para campanhas eleitorais do Brasil, conforme ranking elaborado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Foram no total R$ 2.951.570,43 injetados por esses seis nomes nas disputas para prefeito e vereador, em Campo Grande e municípios do interior.

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Nas eleições municipais de 2024 em Mato Grosso do Sul, seis dos 100 maiores doadores do Brasil contribuíram com R$ 2.951.570,43 para campanhas de prefeitos e vereadores. O Partido Progressista (PP) foi o principal beneficiário, recebendo doações significativas de Rubens Ometto e Luiz Osvaldo Pastore. O empresário Ricardo Fernandes de Araújo, réu em um caso de lavagem de dinheiro, foi o maior doador local, investindo R$ 1.399.000,00, seguido por outros empresários que também contribuíram substancialmente para diversas campanhas, incluindo a de Adriane Lopes para a Prefeitura de Campo Grande.

O PP (Partido Progressista), comandado em Mato Grosso do Sul pela senadora Tereza Cristina, foi o maior beneficiário das doações direcionadas a diretórios, a começar pelos R$ 300 mil enviados pelo bilionário Rubens Ometto Silveira Mello. Amigo da parlamentar, o empresário despejou R$ 18,4 milhões em campanhas pelo Brasil e é o maior doador das eleições 2024.

O Progressista também recebeu do 12º maior doador do Brasil. Foram R$ 100 mil vindos do empresário e ex-senador pelo Espírito Santo, Luiz Osvaldo Pastore (MDB).

Em 2022, o ex-parlamentar também virou matéria de jornal por causa das doações que fez como pessoa física a campanhas. Ele havia investido R$ 300 mil para ajudar a eleger o advogado Augusto de Arruda Botelho (PSB) a deputado federal por São Paulo. O que chamou a atenção da imprensa nacional à época era que o candidato patrocinado que apoiava a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), enquanto Pastore já tentou vaga no Senado da Itália pela Liga do Norte, partido da extrema direita italiana.

Investimento pesado – O maior doador para campanhas de Mato Grosso do Sul é o empresário Ricardo Fernandes de Araújo, que ficou com o 9º lugar no ranking do TSE. Réu por lavagem de dinheiro em ação que tramita desde 2017, ele é dono da Mil Tec Tecnologia da Informação, empresa dona de contratos milionários com o poder público no Estado.

O empresário investiu R$ 1.399.000,00 nas eleições deste ano. As maiores doações que saíram das contas de Araújo foram destinadas ao PP nacional – R$ 500 mil – e para o candidato eleito prefeito de Corumbá (MS), Gabriel Alves de Oliveira, o Dr. Gabriel (PSB). O empresário fez doações, ainda, aos diretórios do PSD e PSB de Campo Grande, além de destinar R$ 20 mil ao vereador reeleito pela Capital, Ronilço Guerreiro (Podemos).

Ex-presidente da Aprosoja e ex-diretor da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o produtor rural Almir Dalpasquale ficou em 29º lugar dentre os 100 maiores doadores do país neste ano. Ele desembolsou R$ 700 mil, dos quais R$ 500 mil foram para a campanha de Adriane Lopes (PP), que disputa a Prefeitura de Campo Grande, e R$ 150 mil enviados a Sérgio Luiz Marcon (PSDB), candidato a prefeito de São Gabriel do Oeste.

Antônio Celso Cortez, que teve o nome envolvido pelos irmãos Batista no esquema de pagamentos de propina da JBS a políticos, também está na lista do TSE, na 53ª posição. Ele colocou R$ 560 mil em várias campanhas para vereador e também para eleger Juvenal Consolaro (PSDB) a prefeito de Figueirão.

Por último, no 81º lugar, aparece Jonas Mulari Schlatter, empresário de Chapadão do Sul, filho do ex-candidato a vice-governador na chapa de Rose Modesto (União Brasil) em 2022. Dos R$ 452.570,43 investidos, R$ 97.129,76 foram destinados à campanha do irmão mais velho e atual prefeito da cidade, Walter Schlatter (PP).

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