"Deplorável", diz Doria sobre apoio de deputadas de MS ao voto impresso
Além disso, parlamentares podem ser punidos com redução de repasses de verba de campanha em 2022
Governador de São Paulo, líder tucano e presidenciável em 2022, João Doria polemizou ao comentar o apoio de 14 dos 32 deputados federais do PSDB a favor do voto impresso, em pauta discutida ontem (10), na Câmara Federal e sepultada sem atingir o apoio necessário. Entre esses votos, estão o de duas sul-mato-grossenses.
Bia Cavassa e Rose Modesto, assim como outros 12 colegas, contrariaram a orientação do partido em votar contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição), que pretendia implantar uma espécie de voto auditável nas eleições gerais.
O projeto queria fazer com que as urnas eletrônicas imprimissem comprovantes individuais para cada eleitor com o candidato em que votou, uma maneira que possibilitaria uma futura recontagem de votos à moda antiga, por meio de cédulas.
"Considero deplorável o voto de deputados do PSDB pelo voto impresso", destacou Doria em coletiva de imprensa, na sede do governo paulista, nesta quarta-feira (11), ao ser questionado sobre isso pelos repórteres presentes no local.
Além de Doria, a infidelidade das deputadas no voto pode ter despertado contrariedade também em outras lideranças tucanas, sendo, inclusive, já estudada uma forma de puni-las pela escolha contrária a orientação da sigla, que possui três parlamentares federais por Mato Grosso do Sul - apenas Beto Pereira seguiu a recomendação.
De acordo com a CNN, lideranças do PSDB afirmam nos bastidores que a punição deve vir com redução de repasses de verba de campanha em 2022 - exceto no caso do mineiro Aécio Neves, que não votou nem a favor e nem contra, se abstendo.
No caso sul-mato-grossense, tanto Bia quanto Rose já foram cogitadas em outras siglas e a saída de ambas do ninho tucano é aguardada para acontecer na próxima janela partidária geral, que acontecem em abril do próximo ano.
Os envolvidos - Em contato com o presidente regional do PSDB, Sérgio de Paula, foi explicado à reportagem que essa é uma questão que cabe à nacional do partido resolver, já que ocorreu em Brasília (DF). "Se fosse na Assembleia, aí seria conosco".
O Campo Grande News procurou também alguma manifestação da legenda nacionalmente, mas até o fechamento, nenhuma foi feita oficialmente e nem o pedido de posicionamento por e-mail foi respondido. Assim que houver, será publicado.
Já as deputadas federais por Mato Grosso do Sul, Bia Cavassa e Rose Modesto, foram procuradas por telefone, mas as ligações não foram atendidas. Caso também haja interesse em se manifestar, o espaço permanece em aberto.