Deputada recolhe assinaturas para CPI que vai investigar o CIMI
A deputada estadual Mara Caseiro (PT do B) já tem as oito assinaturas necessárias para criar na Assembleia Legislativa, CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o Cimi (Conselho Indigenista Missionário). Hoje de manhã, os 24 deputados se reuniram para debater o assunto.
A reunião não parece ter sido das mais calmas, já que muitos saíram exaltados da sala onde acontecia a conversa, que durou quase duas horas. A bancada do PT ser contra. Os oito deputados que concordam com a CPI são: Zé Teixeira (DEM), George Takimoto (PDT), Paulo Correa (PR), Eduardo Rocha (PMDB), Marcio Frnandes (PT do B), Lidio Lopes (PEN), Mauricio Picareli (PMDB) e Mara Caseiro (PT do B).
Segundo a deputada Mara Caseiro, a investigação é para saber se o órgão é o responsável por incitar a violência entre índios e fazendeiros, conforme relatos de proprietário rurais. "Temos que saber quem são os elementos que estão incentivando o conflito, por que o Cimi não foi criado com essa intenção, tanto que recebem recursos de instituições até de fora do país, mas não fizeram nenhuma política para melhorar a situação dos índios", critica.
Já o deputado João Grandão (PT), defende que este não é o momento ideal para a criação desta CPI, visto que os conflitos ainda estão acontecendo em Antônio João. "Criar uma CPI neste momento é tirar foco, além disso ao invés de buscar um entendimento, isto vai acirrar mais os ânimos, atrapalhando a paz entre fazendeiros e indígenas", diz ele ao cobrar mais a participação da Funai nos confrontos.
O produtor rural e ex-deputado estadual Ricardo Bacha, esteve na Assembleia para apoiar a criação da CPI. "Essa CPI contra o Cimi vai poder averiguar se a entidade realmente financia e está por tras das invasões, por que existem indícios sérios apontando nessa direção".
O movimento Pátria Livre também participou e defendeu a paz no campo. "Sobre a CPI nós somos a favor de toda a investigação, pra saber se existe ações irregulares, não conhecemos o Cimi, mas como cidadãos precisamos observar e saber o que está acontecendo", disse Fabrícia Salles, presidente do movimento.
De acordo com a Mesa Diretora da Assembléia, a necessidade de oito assinaturas é apenas o primeiro critério para se criar a CPI. É preciso ainda analisar se existe um fato determinado e prazo para investigação.