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Política

Deputado tenta remover da Wikipédia investigação sobre atentado fake em MS

Informações da enciclopédia foram revertidas, apesar de duas tentativas de funcionária de Loester Trutis

Gabriela Couto | 07/08/2022 10:24
Página do Wikipédia contintua com dados do falso atentado investigado pela Polícia Federal. (Foto: Reprodução)
Página do Wikipédia contintua com dados do falso atentado investigado pela Polícia Federal. (Foto: Reprodução)

A dois meses da eleição deste ano, o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza, o tio Trutis (PL), tentou retirar de sua biografia digital trecho que fala sobre suspeita de atentado fake contra ele em Mato grosso do Sul

O jornal Estadão fez um levantamento dos políticos que tentaram mudar seus dados na Wikipédia e apontou que uma assessora parlamentar do deputado chegou a alterar informações biográficas do chefe na plataforma, que funciona como uma enciclopédia digital. Ao todo foram duas vezes que a mesma servidora do Congresso Nacional quis alterar os dados de Trutis.

A primeira investida foi em abril, quando a funcionária tentou adicionar informações do parlamentar e retirar a informação da investigação que o deputado é suspeito de forjar o próprio atentado. Os dados foram revertidos depois sob alegação de conteúdo publicitário.

Em julho, a mesma assessora reinseriu o conteúdo que usou na primeira vez e removeu novamente a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de tentar fingir seu próprio assassinato. A plataforma retirou o texto seis minutos após a investida da servidora.

Entenda - O deputado Tio Trutis e o chefe de seu gabinete, Ciro Nogueira Fidelis, voltava de Sidrolândia para Campo Grande, quando o carro em que os dois estavam foi atingido por vários tiros.

No Facebook Trutis publicou mensagem alegando ter sido alvo de atentado e, por isso, justificou ter revidado a agressão. Oito meses depois, a Polícia Federal concluiu que o parlamentar montou a farsa com ajuda do seu assessor.

Com base nas provas apresentadas pela PF, o STF autorizou uma operação contra o parlamentar, desencadeada em 12 de novembro de 2020. Trutis chegou a ser preso, mas foi liberado horas depois por determinação da ministra Rosa Weber.

Nas redes sociais, o deputado alega estar sendo vítima de complô “da esquerda” para “assassinar sua reputação”. Durante o trâmite do processo a Justiça teve dificuldade em encontrar Trutis para notifica-lo.

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, recebeu a denúncia contra o deputado na última sexta-feira (5). Ela é relatora do caso e concluiu que “os argumentos trazidos pela Defesa não são suficientes para, nessa fase procedimental, desqualificar a base empírica reunida no curso da investigação, a qual dá suporte aos enunciados fáticos formulados na tese acusatória”.

Em seguida, ressaltou que aceitar a denúncia não significa “antecipação de juízo de valor de respeito da responsabilidade criminal dos denunciados, em benefício dos quais vigora a presunção de inocência”. O julgamento termina no dia 15 de agosto.

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