ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 28º

Política

Deputado tenta remover da Wikipédia investigação sobre atentado fake em MS

Informações da enciclopédia foram revertidas, apesar de duas tentativas de funcionária de Loester Trutis

Gabriela Couto | 07/08/2022 10:24
Página do Wikipédia contintua com dados do falso atentado investigado pela Polícia Federal. (Foto: Reprodução)
Página do Wikipédia contintua com dados do falso atentado investigado pela Polícia Federal. (Foto: Reprodução)

A dois meses da eleição deste ano, o deputado federal Loester Carlos Gomes de Souza, o tio Trutis (PL), tentou retirar de sua biografia digital trecho que fala sobre suspeita de atentado fake contra ele em Mato grosso do Sul

O jornal Estadão fez um levantamento dos políticos que tentaram mudar seus dados na Wikipédia e apontou que uma assessora parlamentar do deputado chegou a alterar informações biográficas do chefe na plataforma, que funciona como uma enciclopédia digital. Ao todo foram duas vezes que a mesma servidora do Congresso Nacional quis alterar os dados de Trutis.

A primeira investida foi em abril, quando a funcionária tentou adicionar informações do parlamentar e retirar a informação da investigação que o deputado é suspeito de forjar o próprio atentado. Os dados foram revertidos depois sob alegação de conteúdo publicitário.

Em julho, a mesma assessora reinseriu o conteúdo que usou na primeira vez e removeu novamente a acusação da PGR (Procuradoria-Geral da República) de tentar fingir seu próprio assassinato. A plataforma retirou o texto seis minutos após a investida da servidora.

Entenda - O deputado Tio Trutis e o chefe de seu gabinete, Ciro Nogueira Fidelis, voltava de Sidrolândia para Campo Grande, quando o carro em que os dois estavam foi atingido por vários tiros.

No Facebook Trutis publicou mensagem alegando ter sido alvo de atentado e, por isso, justificou ter revidado a agressão. Oito meses depois, a Polícia Federal concluiu que o parlamentar montou a farsa com ajuda do seu assessor.

Com base nas provas apresentadas pela PF, o STF autorizou uma operação contra o parlamentar, desencadeada em 12 de novembro de 2020. Trutis chegou a ser preso, mas foi liberado horas depois por determinação da ministra Rosa Weber.

Nas redes sociais, o deputado alega estar sendo vítima de complô “da esquerda” para “assassinar sua reputação”. Durante o trâmite do processo a Justiça teve dificuldade em encontrar Trutis para notifica-lo.

A ministra do STF (Supremo Tribunal Federal), Rosa Weber, recebeu a denúncia contra o deputado na última sexta-feira (5). Ela é relatora do caso e concluiu que “os argumentos trazidos pela Defesa não são suficientes para, nessa fase procedimental, desqualificar a base empírica reunida no curso da investigação, a qual dá suporte aos enunciados fáticos formulados na tese acusatória”.

Em seguida, ressaltou que aceitar a denúncia não significa “antecipação de juízo de valor de respeito da responsabilidade criminal dos denunciados, em benefício dos quais vigora a presunção de inocência”. O julgamento termina no dia 15 de agosto.

Nos siga no Google Notícias