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Política

Deputados admitem que vigilância na fronteira contra aftosa é tarefa complicada

Fabiano Arruda | 27/09/2011 12:40
Deputado Zé Teixeira (DEM), que é pecuarista, alerta para fragilidade da fronteira. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)
Deputado Zé Teixeira (DEM), que é pecuarista, alerta para fragilidade da fronteira. (Foto: Wagner Guimarães/ALMS)

A vigilância na faixa de fronteira seca de Mato Grosso do Sul com o Paraguai, com cerca de 700 quilômetros de extensão, no combate contra a aftosa, trata-se de uma tarefa complicada, admitiram deputados estaduais nesta terça-feira.

Para a deputada Mara Caseiro (PTdoB), que era prefeita de Eldorado, um dos municípios mais afetados pelo foco de aftosa no Estado em 2005, o diferencial agora são os produtores.

“Os produtores estão mais atentos e não querem passar novamente por algo parecido com o que ocorreu em 2005, que foi um marco, pois agora os governos saberão como garantir que a doença não entre em nosso território”, disse a parlamentar.

O deputado Zé Teixeira (DEM), representante dos produtores rurais, concordou que o trânsito de animais entre o território sul-mato-grossense e o paraguaio é comum e muito difícil de ser controlado.

“Só se construíssemos um muro para não haver trânsito de animais”, disse o democrata, acrescentando ainda que acredita que o governo paraguaio seja displicente com a vacinação.

Para ele, os órgãos que fazem o controle na região devem se atentar efetivamente à identificação dos animais, como já foi determinado pela SFA (Superintendência Federal de Agricultura), mas também redobrar o cuidado com a pulverização de veículos paraguaios.

Já o líder do governo, Junior Mochi (PMDB), destacou que o Estado adotou todas as medidas necessárias desde a confirmação pelo Paraguai do foco e enalteceu a integração do Exército, Iagro, DOF e Polícia Militar na região.

Missão impossível - Após o decreto do governo do Estado que fecha a fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai e veta o ingresso de veículos, produtos e subprodutos orgânicos e agropecuários originários do país vizinho, de disseminação de febre aftosa, a ordem é abater qualquer animal sem identificação na região de fronteira.

“É impossível que não passe algum animal numa linha de fronteira que tem 650 quilômetros de extensão. O que é possível está sendo feito. A ordem é abater o animal que não possuir identificação”, garante o superintendente da SFA (Superintendência Federal da Agricultura), Orlando Baez, acentuando a árdua tarefa da vigilância na fronteira.

O superintendente da SFA deu a declaração em resposta à matéria publicada pela Agência Estado, que indicava que o gado paraguaio estaria entrando livremente na fronteira com o Estado.

“Já abatemos mais de mil cabeças de gado na região, algumas até antes do surgimento do foco de aftosa. Sempre adotamos todos os procedimentos de segurança”, assegurou Baez.

A reportagem afirma que flagrou, na quinta-feira, boiada cruzando a fronteira a menos de 30 quilômetros do bloqueio que o Exército montou na BR-463, que liga Ponta Porã e Dourados.

Ainda conforme a matéria, havia gado solto também no município de Aral Moreira, nas imediações da Fazenda Itapuí; na altura da Fazenda Lagoa de Ouro, a 10 km de Coronel Sapucaia; no local conhecido como Manta Potrero; e na estrada de acesso a Três Cerros, município de Paranhos.

No período de vigência do decreto, a sugestão do governo é que o Ministério da Agricultura autorize o desvio do tráfego dos produtos de origem vegetal (como soja, milho e sementes) para outro local. Uma das sugestões é o Paraná.

O período de fronteira fechada para os produtos agropecuários de origem paraguaia vai servir para que Mato Grosso do Sul monte a logística das barreiras móveis e fixas. Quinze já foram ativadas. Nestes locais, os veículos são desinfetados.

Militares do Exército, como parte da Operação Ágata 2, e fiscais do Iagro atuam na vigilância com efetivo reforçado.

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