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Política

Deputados avaliam que não há clima para votar reforma da previdência

Leonardo Rocha | 23/06/2017 10:29
Deputados Geraldo Resende (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), em Brasília (Foto: Divulgação)
Deputados Geraldo Resende (PSDB) e Luiz Henrique Mandetta (DEM), em Brasília (Foto: Divulgação)

Os deputados federais de Mato Grosso do Sul avaliam que não existe clima e nem ambiente político, para retomar a discussão da reforma da previdência, em função da crise política envolvendo o presidente Michel Temer (PMDB). A proposta teve aprovação apenas da comissão especial, mas ainda não foi ao plenário da Câmara.

Para Luiz Henrique Mandetta (DEM) a reforma só retorna para pauta do Congresso (Nacional), se a crise política passar e que depende muito do Poder Judiciário. "O País fica em compasso de espera. Ainda haverá muito debate caso volte a discussão na Câmara (Federal), se trata de um processo longo e que não acaba este ano", avalia.

O democrata ainda ressaltou que o texto já sofreu mudanças que o tornaram melhor, porém ainda gera muitas dúvidas na população. "A regra de transição por exemplo, ainda é muito confusa, deveria ser mais fácil das pessoas entenderem. Já a idade mínima me parece razoável, para quem está entrando agora".

Geraldo Resende (PSDB) já é mais enfático ao dizer que a melhor alternativa, era deixar a reforma para o próximo presidente eleito. "Agora poderia ser votado apenas questões pontuais, deixando o texto principal para um governo que tenha legitimidade e aprovação popular". Ele reconhece que não existe no momento "ambiente propício" para votação.

Tereza Cristina diz que existe fragilidade política para votação (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)
Tereza Cristina diz que existe fragilidade política para votação (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

Sem ambiente - Tereza Cristina (PSB) cita a "fragilidade política" do atual governo, como entrave para o retorno do tema. Ela no entanto defende que haja modificações na previdência. "São necessárias para ajudar a economia, sair da acomodação, o mundo inteiro já fez isto".

Para Elizeu Dionízio (PSDB) aprovar uma reforma precisa de "comprometimento político", o que segundo ele, está difícil neste momento. "Eu era contra o projeto, porque não concordo com alguns temas, a regra de transição está confusa".

Já Dagoberto Nogueira (PDT) acredita que o projeto sequer volta a votação no Congresso. "A base aliada do presidente está desmantelada, não tem os votos suficientes, além disto falta credibilidade e apoio popular ao atual governo, não vota mais".

Aliado de Temer, Carlos Marun (PMDB) alega que é preciso "reconstruir o ambiente" para que o projeto seja votado. "Perdemos tempo e ambiente, mas não votos, vamos recuperar o tempo perdido. Sem estas mudanças os estados e municípios quebram".

Situação - O projeto vai foi aprovado no início de maio, pela Comissão Especial da Reforma da Previdência, no entanto ainda precisa passar por duas votações no plenário da Câmara dos Deputados, para depois ser encaminhado ao Senado Federal.

A expectativa inicial da base do Governo era votar a proposta no começo de junho, no entanto em função do prolongamento da crise política, o Ministério da Fazenda já defende esta avaliação para o mês de agosto, no formato que foi aprovado pela comissão especial.

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