Deputados criticam ação da PF e apoiam colega que foi preso
Zé Teixeira, detido durante cinco dias, voltou a falar sobre a operação na Assembleia
Deputados de Mato Grosso do Sul criticaram a ação da PF (Polícia Federal) e apoiaram Zé Teixeira (DEM), parlamentar que foi preso durante a Operação Vostok. Os discursos foram feitos durante a sessão da Assembleia Legislativa do Estado.
Na tribuna, Teixeira voltou a dizer que o episódio que culminou com sua detenção não tem a ver com seu mandato e, sim, uma negociação privada que tem sobre venda de animal. Segue como deputado e candidato à reeleição, afirma. O parlamentar passou 5 dias na cadeia por força de mandado de prisão temporária.
Também disse que apresentou todas as notas fiscais e demais documentos sobre o negócio e criticou o deslocamento de "200 policiais para prender produtores". Sugeriu que a PF intimasse, ao invés de prender, para prestar depoimento.
Presidente da Assembleia Legislativa, deputado Junior Mochi (MDB), desceu da mesa diretora para apoiar o colega. Disse que Zé Teixeira é um homem de palavra, reconhecido por sua atuação na casa de leis e também como empresário.
O deputado Eduardo Rocha (MDB) lembrou que, quando foi feita a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da JBS, o parlamentar foi ouvido e mostrou que não tinha nada a esconder e temer.
Para Paulo Corrêa (PSDB), a ação da Polícia Federal tem "dedo político", tentando desestabilizar a campanha de Reinaldo Azambuja, candidato à reeleição como governador, e "do próprio Zé".
"Vossa excelência saiu por cima e tem a minha solidariedade", acrescentou o deputado Maurício Picarelli (PSDB). No período em que convivem, o parlamentar disse que nunca viu uma ação que denegrisse sua imagem e que a PF "foi intempestiva e covarde".
Zé Teixeira concluiu sua fala dizendo que foi a primeira vez que entrou em uma delegacia como acusado. Para ele, depois que inocentam, a honra continuará abalada.
Vostok – Na quarta-feira (12), policiais federais e promotores do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), foram às ruas para cumprir 41 mandados de busca e apreensão em Campo Grande, Aquidauana, Dourados, Maracaju, Guia Lopes de Laguna e Trairão, no Pará, além de 14 mandados de prisão temporária.
O foco da operação é um suposto esquema de propinas pela JBS em troca de incentivos fiscais do governo do Estado – quando o Executivo decide deixar de cobrar impostos para estimular que empresa se instale no Estado. Um das formas de lavar o dinheiro, segundo a investigação, era por meio das vendas dos chamados “bois de papel”, que existiam apenas em notas fiscais frias.
Políticos, pecuaristas e empresas do ramo frigorífico foram alvos.