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Política

Em mês de reajuste salarial, secretário lembra servidores de crise financeira

Lidiane Kober | 30/04/2015 17:56
Pimentel atribuiu o arrocho a problema financeiro crônico, resultado de uma sequência de perdas de recursos (Foto: Divulgação)
Pimentel atribuiu o arrocho a problema financeiro crônico, resultado de uma sequência de perdas de recursos (Foto: Divulgação)

Em meio a pressão de médicos e professores por aumento salarial e manutenção das gratificações, o secretário de Governo e Relações Institucionais, Rodrigo Pimentel, avisou que o problema não será resolvido “com faca no pescoço”. Ele ainda atribuiu o arrocho a problema financeiro crônico, resultado de uma sequência de perdas de recursos. Insatisfeitos, os médicos já declararam paralisação a partir de quarta-feira (6) e os professores decidem na segunda-feira (4) se copiam a medida.

“Não é com faca no pescoço que vamos resolver isso. O momento é de crise e precisamos ser responsáveis. Temos uma cidade inteira para cuidar, não podemos administrar só para os 20 mil servidores”, ponderou o secretário.

Segundo ele, ainda não há uma solução para evitar a paralisação dos médicos. Pimentel deixou claro que não existe chance de atender o pedido de reajuste de 355% do salário dos médicos, porque a “folha está beirando o limite prudencial, estabelecido pela legislação”.

“Em caso de atingir o limite prudencial, a legislação nos permite medidas drásticas”, disse, fazendo menção aos cortes. Neste sentido, ele ressaltou a chance de estancar a greve via judicialização do caso. “A gente não quer judicializar”, comentou. “O fato é que a folha está inchada, não estamos escondendo dinheiro de ninguém, o momento é de crise e precisamos da compreensão de todos. O problema não é só nosso, a crise também está nos governos estaduais e federal”, completou.

A origem da crise – De acordo com Pimentel, o problema financeiro é resultado de várias ações. Ele citou corte no repasse do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 25% para 21%, de 2012 a 2014. “Cada 1% representa quase R$ 5 milhões”, revelou. “Temos um terço da população do Estado, o ideal seria receber 33,3% da receita”, defendeu.

O secretário ainda informou que Campo Grande não seguiu, na gestão do ex-prefeito Alcides Bernal (PP), média histórica e deixou de arrecadar cerca de R$ 450 milhões em um ano. “A média histórica era de crescimento de 18% da arrecadação, mas, em 2013, no governo de Bernal, o crescimento foi de apenas 3%. Levando em conta o orçamento da Capital, de cerca de R$ 3 bilhões, isso representa em torno de R$ 450 milhões”, explicou.

Além disso, Pimentel disse que, nos três primeiros meses do ano, o repasse dos recursos federais baixou entre 30% a 40%. “Fora isso, a gestão assumiu uma série de reajustes salariais, só aos professores o aumento foi de 24%”, acrescentou.

Neste sentido, o secretário reforçou que a “situação é difícil” e pediu a compreensão dos servidores. “Pedimos paciência, em 90 dias, esperamos reequilibrar as contas, o momento não é de vaidade é de andar juntos de mãos dadas”, finalizou.

Sem paciência – Pimentel não é o primeiro secretário a pedir paciência. Titular da secretária de Saúde, Jamal Salém, fez o mesmo apelo, mas não sensibilizou o Sindicato dos Médicos, que vai manter a paralisação decidida em assembleia.

De acordo com o presidente do sindicato, Valdir Siroma, a classe não recuará da decisão, já que tenta negociar um reajuste com a prefeitura desde janeiro, quando enviou a primeira proposta. O pedido era de subir o salário base que hoje é de R$ 2.580,00 por 20 horas semanais para R$ 11.756,00, seguindo recomendação da Federação Nacional dos Médicos. A categoria também reclama dos cortes nas gratificações.

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