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Política

Estudantes da UFMS pedem apoio e dividem deputados sobre cortes de verba

"Vai faltar dinheiro é para eventos em que se tiram as cuecas e ficam cheirando o bumbum do outro", diz David

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 14/05/2019 12:06
Mateus disse a deputados que universidade tem trabalho sério e bem conceituado. (Foto: Leonardo Rocha)
Mateus disse a deputados que universidade tem trabalho sério e bem conceituado. (Foto: Leonardo Rocha)

Um pedido de apoio contra a redução do orçamento da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), feito por acadêmico na tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (dia 14), resultou em deputados defendendo o trabalho acadêmico, mas também críticas à esquerda e de que só vai faltar dinheiro para evento de “tirar cuecas”.

Estudante de ciências políticas, Mateus Prado, 23 anos, relatou aos deputados que a UFMS tem um trabalho sério e bem conceituado. Segundo ele, o corte de verbas afeta bolsas de pós-graduação e, a médio prazo, a expansão de campus e pesquisa. O acadêmico disse que a ocupação do bloco 6 da universidade, em Campo Grande, prossegue mesmo com o corte do fornecimento de água e luz no imóvel.

“Sob o pretexto de economia, está havendo um ataque desnecessário do governo federal às universidades públicas”, diz Mateus, que também reclamou da divulgação de notícias falsas sobre as instituições, as fake news.

A reação mais incisiva foi do deputado Carlos Alberto David dos Santos, do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. “A retórica que está sendo usada são críticas vindas da esquerda contra Bolsonaro. O que houve foi contingenciamento de recursos e despesas. Despesas essas não obrigatórias e que não interferem no pagamento de professores e nem no funcionamento dos cursos. Vai faltar dinheiro é para eventos em que se tiram as cuecas e ficam cheirando o bumbum do outro”, afirma.

De acordo com Pedro Kemp (PT), a UFMS faz trabalho de excelência na pesquisa e produção de conhecimento. “Vejo um patrulhamento ideológico do governo federal, principalmente em cursos com filosofia e ciências sociais, com pensamento crítico”.

Para o deputado estadual Gerson Claro (PP), a discussão não pode entrar no campo ideológico, nem por parte das universidades e nem pelo Ministério da Educação. O deputado José Carlos Barbosa (DEM) avalia que o contingenciamento é uma suspensão temporária e que foi informado de que não terá grande impacto no funcionamento das universidades.

“Entendo que os investimentos precisam ser maiores no ensino fundamental. A maioria que chega às universidades federais é filho de rico e não os filhos de pobre, que precisam pagar universidade particular”, diz.

Dos R$ 29,7 milhões retirados do orçamento da universidade, R$ 28,7 equivalem ao custeio e R$ 995.913 eram de investimento para o exercício 2019. A UFMS oferece 116 cursos de graduação e 61 de pós-graduação (mestrado e doutorado) em 21 municípios de MS.

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