Grupo confirma presença na ocupação da Câmara Municipal
Cerca de 200 pessoas já confirmaram presença no ato “Ocupa Câmara” que ocorrerá amanhã na Câmara Municipal de Campo Grande. A manifestação foi organizada pelos grupos: Movimento Voluntário, Movimento Popular CG, Vem Pra Rua CG e Anonymous Mato Grosso do Sul e tem objetivo de pressionar os vereadores para que a Lei da Transparência seja cumprida rigorosamente. Segundo descreve na página de divulgação do evento no Facebook, a ocupação terá inicio às 8h30 de quinta-feira (5) sem prazo para terminar.
O convite se propaga pela internet. Até domingo, 97 pessoas tinham confirmado presença, 69 clicaram na opção “talvez” e 12.615 internautas receberam o convite. Hoje os números são outros, 207 manifestantes confirmaram participação, 151 pessoas ainda não sabem se vão e 13.730 convites foram disparados.
A justificativa para o protesto seria a inadimplência da Casa de Leis em relação aos aluguéis, a composição da Mesa Diretora que conta com vereadores cassados que permanecem nos cargos por força de liminar, sendo eles o presidente Mário César (PMDB), o 3° vice-presidente Alceu Bueno (PSL) e o 1° secretário Delei Pinheiro (PSD), além do alto salário pago aos parlamentares.
Outro ponto da reivindicação é o não atendimento ao requerimento feito pelos movimentos e protocolado na Câmara Municipal no dia 7 de agosto. O documento pede cópias das notas fiscais, comprovantes e recibos das despesas que comprovem a verba indenizatória de janeiro a julho de 2013 de todos os vereadores.
Relação de todos os funcionários lotados nos 28 gabinetes e presidência, relação de todos os requerimentos feitos pelo Legislativo ao Executivo, lista de todos os projetos elaborados e de todas as audiências públicas já convocadas este ano. O prazo para resposta era de 20 dias, ou seja, 27 de agosto.
Ontem representantes dos quatros grupos estiveram com Mario Cesar. Na oportunidade o peemedebista explicou que não conseguiu entregar os documentos requeridos por conta do sistema eletrônico da Casa de Leis. O presidente se comprometeu em atender aos pedidos, mas pediu prazo maior. “De qualquer forma quero deixar claro que eu me reuni com eles para não inibir os manifestos. Essa é a casa do povo e estará sempre aberta a todos”, explicou.
Alguns vereadores, porém, não reagiram tão bem ao “Ocupa Câmara”. Carlos Borges (PSB), o Carlão, usou a tribuna para esclarecer que se for para encher a Câmara de pessoas cada parlamentar pode levar cinco ônibus lotados para lá. “Somos a favor de protesto ordeiro, sem colchonete, sem barraca e sem gente pelada”, fazendo referência ao que o correu em Dourados e Porto Alegre (RS) onde os manifestantes tiraram a roupa nas respectivas Casas de Leis.
Ele fez questão de esclarecer que sem a verba indenizatória o vereador fica impossibilitado de trabalhar, pois eles também vão aos bairros e exercem a profissão foram do âmbito legislativo. “Eu sou vereador aqui e na rua”, disse. Chiquinho Telles (PSD) também se posicionou. “Este é o meu primeiro mandato e vejo como o trabalho aqui dentro é sério. Estão pensando que ficamos aqui sem fazer nada?”, questionou.
Interior - Em Dourados cerca de 70 estudantes acamparam dentro da Câmara Municipal da cidade por 43 dias. O presidente da Casa, vereador Idanor Machado, chegou a cogitar acionar a Justiça para retirar os manifestantes do local, mas não o fez. Os universitários chegaram a tirar fotos seminus e ganharam noticiários de todo o Brasil com a atitude. A movimentação foi para redução da tarifa do transporte público.