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Política

Marquinhos se recusa a mudar CPI e investigação trava na Assembleia

Situação surgiu da campanha eleitoral deste ano

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 16/11/2016 12:26
À esquerda, o deputado e prefeito eleito, Marquinhos Trad (PSD), com o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS)
À esquerda, o deputado e prefeito eleito, Marquinhos Trad (PSD), com o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB). (Foto: Roberto Higa e Victor Chileno/ALMS)

Autor do pedido da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) dos Fantasmas na Assembleia Legislativa, o deputado Marquinhos Trad (PSD), disse que não mudará o foco da investigação, como havia sugerido o presidente da casa de leis, Junior Mochi (PMDB).

A solicitação é que a CPI investigue a existência de funcionários fantasmas dos últimos 30 anos e em relação a todos os parlamentares desde então. No entanto, parecer da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), onde o pedido foi submetido, afirma que o período é muito amplo, o que pode inviabilizar a investigação.

Nesta quarta-feira (16), Marquinhos assegurou que manterá o objeto do pedido. "Como vou limitar a data? Se fizer uma investigação a partir dos anos 90 dirão que não vão me investigar. Porém, se esta ficar restrita de 86 a 90, vão dizer que a atual legislatura ficará de fora”, disse.

O pedido de CPI derivou da campanha eleitoral, quando o prefeito eleito foi acusado de ser funcionário fantasma na época em que seu pai, Nelson Trad, foi deputado, em 1986. Ele negou receber sem trabalhar e pediu a investigação em relação à todos os parlamentares estaduais.

Para ele, todos têm de passar por “essa transparência”. “É o justo que todos sejam investigados desde àquela época. É questão de interesse público”, afirmou, ressaltando que já entregou comprovante de que não foi funcionário fantasma.

Segundo o deputado, sua decisão de manter o foco já foi informada ao presidente Mochi. “Não vou alterar. Se acharam que esta questão ficaria na eleição o tiro saiu pela culatra”.

Agora, o presidente disse que precisa aguardar a comunicação oficial sobre a negativa de alteração, em publicação oficial. Depois, se a decisão for mesmo de deixar a investigação em 30 anos, Mochi vai se reunir com os deputados que assinaram a favor da criação do grupo.

“Vou conversar com todos para buscar um consenso”. Se todos optarem por manter a investigação como está, a CPI será aberta, assegurou. “Eu, como presidente, não posso negar a abertura, mas vou buscar acordo”.

Mochi pondera que seria importante delimitar a investigação, até para que, no término do trabalho, sejam entregues para autoridades policiais dados sobre supostos deputados e pessoas que seriam fantasmas. “Do jeito que está pode ficar genérico demais”.

Entenda – Para ser aberta uma CPI, precisa apenas de tempo e objeto de investigação determinados, além de assinaturas dos parlamentares. Neste caso, o pedido de apuração foi submetido à análise da CCJ, que votou favorável, mas com a ressalva de que o foco está muito amplo.

Mesmo se o objeto e tempo não forem alterados, o presidente afirmou que abrirá o colegiado e deixará que os membros decidam como farão para investigar 30 anos e todos os parlamentares.

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