ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SEXTA  22    CAMPO GRANDE 31º

Política

Marun avalia ressuscitar investigação sobre ligação de Fachin com a JBS

Aline dos Santos | 18/09/2017 11:50
CPI investigará delação premiada e operações entre a JBS e o BNDES.  (Foto: André Bittar)
CPI investigará delação premiada e operações entre a JBS e o BNDES. (Foto: André Bittar)

Relator da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) que vai investigar a JBS, o deputado federal Carlos Marun (PMDB) avalia propor que seja apurada a relação entre o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin, que homologou a delação premiada dos executivos do grupo, e a JBS.

“É possível. Vai depender do andamento das oitivas. Eu fui um dos que encaminhou ao ministro Fachin, em maio, um requerimento de informações sobre a sua relação com a JBS. Um dos signatários [do documento]. Mas a Comissão de Constituição e Justiça arquivou. É bem possível que as perguntas sejam feitas ao Fachin”, afirma Marun.

Segundo ele, o trabalho começa ouvindo outras pessoas, mas não descarta que o ministro seja convidado ou receba as perguntas por escrito.

No mês de julho, o jornal Folha de São Paulo divulgou que o sogro da filha do ministro é chefe em uma das empresas da família do empresário Joesley Batista. Marcos Gonçalves é pai de Marcos Alberto Rocha Gonçalves, casado com uma filha do magistrado.

Conforme a reportagem da Folha, Marcos Gonçalves trabalhou por 16 anos para o grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, e hoje é chefe de compra de gado do Mataboi Alimentos, frigorífico administrado por José Batista Júnior, o mais velho dos irmãos Batista.

O Campo Grande News fez contato com Marcos Gonçalves nesta segunda-feira (dia 18), mas ele não quis comentar o assunto.

Conversa fiada - Criada em 30 de agosto, a CPMI vai investigar as operações realizadas entre a empresa JBS e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Também será objeto de investigação a delação premiada assinada entre os executivos da empresa, com destaque para Joesley Batista, e o MPF (Ministério Público Federal).

Conforme Marun, serão investigados as perdas tributárias com sonegação fiscal e a questão do monopólio da empresa no setor. Conhecido por ser da tropa de choque do presidente Michel Temer (PSDB), gravado em conversa com Joesley, Marun não deixa espaço para ilusões.

“Tem que acabar com essa hipocrisia. Lá na política tem gente de um lado e do outro. Então, essa independência é conversa fiada. Se não fosse um favorável, seria o contrário. O que vale é o desenvolvimento do trabalho. Sei o papel do relator e vou fazer o trabalho com essa consciência e responsabilidade”, afirma o deputado. Cabe ao relator da comissão elaborar o relatório final, propondo a decisão a ser tomada.

Nos siga no Google Notícias