Padilha afirma que PSDB está fora do governo, mas Temer decidirá sobre ministros
Ministro da Casa Civil afirma que permanência de tucanos será decisão pessoal do presidente; deputado Carlos Marun foi indicado pelo PMDB para assumir a Secretaria de Governo
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou na tarde desta quarta-feira (29) que já considera o PSDB fora da base do governo. Contudo, condicionou a permanência de ministros tucanos nos cargos a uma decisão pessoal do presidente Michel Temer.
A informação envolve o PMDB e, mais especificamente, o deputado federal Carlos Marun (MS), indicado pelo partido para assumir a Secretaria de Governo da Presidência da República em substituição ao tucano Antônio Imbassahy –que deve ficar no posto, pelo menos, até 9 de dezembro, quando será realizada a conferência nacional do PSDB.
Marun chegou a ter a indicação encaminhada pelo Palácio do Planalto em 22 de novembro, porém, um pedido feito a Temer pelo senador e presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), manteve Imbassahy no cargo. Aécio é uma das vozes, hoje minoritárias, que ainda defende a permanência dos tucanos na base governista.
O deputado sul-mato-grossense afirmou ao Campo Grande News que aguarda uma decisão do próprio Temer sobre a questão, que não influrá em sua postura em relação ao Planalto. Ele conta com respaldo de lideranças do partido, graças à sua atuação em defesa do governo federal. Entre as condições para ele assumir a pasta, está a desistência de disputar a reeleição.
Saídas – Durante apresentação de um balanço sobre ações do governo para desburocratizar a administração pública, Padilha analisou a situação dos partidos aliados. Segundo agências nacionais, o ministro afirmou que o Planalto tenta formar uma coalizão com partidos que sustentam a gestão de Temer no Congresso, e excluiu o PSDB.
“O PSDB não está mais na base do governo. O PSDB já disse que vai sair dia 9”, declarou Padilha segundo o G1, referindo-se à data da conferência nacional tucana.
Desde que a delação de diretores do Grupo JBS trouxe denúncias contra o presidente Michel Temer, o PSDB se dividiu quanto a permanência na base governista –levando ao racha entre os grupos de Aécio Neves e do senador Tasso Jereissati (CE), indicado e retirado pelo mineiro do comando do partido. A decisão final será tomada durante a convenção.
Até aqui, apenas o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) entregou o cargo, deixando o Ministério das Cidades, já assumido por Alexandre Baldy (sem partido-GO). Imbassahy, Luslinda Valois (Direitos Humanos) e Aloysio Nunes (Relações Exteriores), todos filiados ao PSDB, seguem nos cargos.
Padilha antecipou que cabe a Temer decidir se manterá ministros tucanos no seu governo –algo que ele avaliou ser possível, mesmo com o PSDB fora da base. Os tucanos seguem no radar do governo, com seus votos já sendo contabilizados por aliados na votação da reforma da previdência. A pauta é tratada como compromisso anterior do partido.