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Política

Para salvar transporte público, propostas são de reduzir valor da tarifa

Ricardo Campos Jr. | 30/09/2016 17:53
Transporte coletivo é alvo de reclamações em Campo Grande (Foto: Alan Nantes / arquivo)
Transporte coletivo é alvo de reclamações em Campo Grande (Foto: Alan Nantes / arquivo)

Campo Grande tem uma das tarifas de transporte coletivo mais caras do país. Em contraponto, nos terminais de transbordo faltam bebedouros, banheiros e segurança. Muitos veículos são antigos e nos horários de pico, em alguns pontos usuários ficam mais de quarenta minutos tentando embarcar, já que os carros passam lotados.

Exemplos não faltam. Recentemente o eixo de um coletivo com dez anos de uso (período máximo que pode rodar na cidade) quebrou em pleno trajeto e alguns passageiros tiveram que ser socorridos pelo Corpo de Bombeiros com ferimentos.

Menos de uma semana depois, outro ônibus teve um curto circuito no motor em frente à Praça Ary Coelho, em pleno Centro de Campo Grande. Em agosto, um “fresquinho”, como são chamados os veículos executivos, interrompeu a rota depois que parafusos se desprenderam das rodas.

Em agosto, uma investigação do MPE (Ministério Público Estadual) do Paraná colocou sob suspeita a licitação que terminou com a contratação do Consórcio Guaicurus para administrar o serviço. A mesma empresa que elaborou o estudo que embasou o edital fez parte de um esquema para atender a um determinado grupo de pessoas no estado da região sul.

O tema fecha, nesta sexta-feira (30), a série do Campo Grande News com propostas dos candidatos a prefeito da Capital sobre alguns temas e problemas urbanos. As respostas estão em ordem alfabética segundo os nomes usados nas urnas.

Alex do PT pretende evitar aumento excessivo na tarifa, pedir ao governo isenção do ICMS do óleo diesel às empresas do transporte público, como já é feito pela prefeitura com o ISS, possibilitar aos usuários o tempo de até 2 horas de intervalo para usar o mesmo bilhete em novo embarque e dar mais dois passes aos estudantes para que eles possam participar de atividades culturais.

Aroldo Figueiró (PTN) propõe reduzir o custo final à população com ações de impacto real, sendo elas: gerenciar corretamente os dados reais do trânsito de Campo Grande; efetuar melhorias ao sistema viário, contribuindo para a fluidez do tráfego, diminuindo o custo operacional generalizado; e revendo a concessão do transporte público, detectando e eliminando vícios que se arrastam por diversas gestões.

Athayde Nery (PPS) pretende criar um Conselho Municipal de Transporte e Trânsito. O departamento seria ativado para atuar na fiscalização do transporte público e tarifa de ônibus. Ainda no espaço, seriam feitos debates para encontrar soluções para reduzir a atual tarifa do transporte coletivo urbano, que hoje custa R$ 3.25 nas linhas convencionais.

Coronel Davi (PSC) determinará a realização de auditoria em 120 dias para descobrir o valor real e justo na tarifa do transporte coletivo. Fará fiscalização efetiva, acabando com o sistema atual, em que a própria empresa se fiscaliza. Além de cobrar qualidade nos ônibus, ele vai implantar os corredores para reduzir o tempo de viagens.

Lauro Davi (PROS) buscará sistema de transporte alternativo, inicialmente utilizando o trajeto da antiga rede ferroviária federal que corta a cidade de leste a oeste e abrirá uma concorrência para se enfrentar o que ele chama de “mais um cartel da nossa cidade”. Promete ainda empenhar todos os esforços para viabilizar o transporte público municipal.

Marquinhos Trad (PSD) pretende conversar com representantes do consórcio responsável pelo transporte coletivo em Campo Grande e rediscutir a tarifa. Para ele, a empresa deve cobrar o preço justo, considerando os gastos com manutenção, mas precisa garantir um transporte decente. Hoje as pessoas sofrem com uma tarifa cara, ônibus lotados, pontos sem cobertura e terminais sem a menor condição de uso. Promete cobrar o cumprimento do contrato feito com a prefeitura.

Rose Modesto (PSDB) afirma que é preciso renegociar a tarifa do transporte público e, principalmente, oferecer um serviço de qualidade. Para isso, segundo ela, basta cumprir as determinações já previstas no contrato com o consórcio responsável, fiscalizar e cobrar. Os ônibus devem estar em boas condições e em número suficiente para evitar super lotação, os pontos precisam estar cobertos, os itinerários devem ficar disponíveis para acesso do cidadão. 

Suél Ferranti (PSTU) afirma que, visando acabar com os lucros das grandes concessionárias, estatizará sem indenização o transporte coletivo, implantando a isenção de tarifas para desempregados, idosos e juventude, rumo à tarifa zero. Será criada uma empresa municipal de transportes 100% pública e estatal controlada pela classe trabalhadora e pelo povo pobre.

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