PF conclui que não houve interferência do presidente na corporação
Relatório foi enviado ao Supremo Tribunal Federal
A Polícia Federal (PF) concluiu que não houve crime do presidente Jair Bolsonaro no caso da suposta interferência na corporação. De acordo com relatório enviado ontem ao Supremo Tribunal Federal (STF), o delegado responsável pelo caso afirma que os atos de nomeação foram feitos "dentro da legalidade e formalizados conforme a praxe administrativa".
A abertura do inquérito sobre a suposta interferência na PF foi autorizada em abril de 2020, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF. O caso ficou nas mãos do ministro Alexandre de Moraes. Desde 2018, quando assumiu a Presidência, Bolsonaro já trocou o comando da PF por quatro vezes.
O objetivo era apurar declarações do ex-juiz Sergio Moro, que, ao se demitir do cargo de ministro da Justiça, naquele ano, acusou o presidente de tentar interferir na PF por meio da troca do então diretor Maurício Valeixo, indicado por Moro.
O relatório pede o arquivamento do inquérito pela "inexistência de ingerência política".
Em manifestação no Twitter, o ex-juiz federal, Sérgio Moro, cutucou a PF, afirmando que "Policia Federal produziu um documento de 150 páginas para dizer que não houve interferência do presidente na PF. Mas certamente, as quatro trocas de diretores da PF falam mais alto do que as 150 páginas desse documento".
O relatório será analisado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem cabe dar encaminhamento sobre eventual denúncia ou arquivamento.