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Política

Presidente de CPI quer que JBS dê bens para garantir ressarcimento ao Estado

Durante sessão lotada de trabalhadores da empresa, deputado Paulo Corrêa anunciou que vai negociar esta saída com a indústria

Anahi Zurutuza e Leonardo Rocha | 17/10/2017 11:58
Deputado Paulo Corrêa em entrevista (Foto: Leonardo Rocha)
Deputado Paulo Corrêa em entrevista (Foto: Leonardo Rocha)

Paulo Corrêa (PR) afirma que vai negociar que a JBS entregue à Justiça bens no valor de R$ 730 milhões para que as contas bancárias fiquem liberadas. A empresa teve o valor bloqueado judicial a pedido da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Irregularidades Fiscais de Tributárias.

O deputado estadual e presidente da CPI fez o anúncio durante discurso para os trabalhadores da JBS que lotaram a Assembleia Legislativa em protesto contra os bloqueios nesta terça-feira (17). 

“Numa conta da JBS foram encontrados R$ 6,5 milhões. Este valor não é o suficiente para pagar os trabalhadores em Mato Grosso do Sul. Mas, se a empresa alega que terá problemas para depositar os salários, que apresente à Justiça bens no valor do bloqueio para ter as contas liberadas”, afirmou.

Corrêa chegou a ser vaiado pelos manifestantes, mas aproveitou para fazer um alerta. “Estão [JBS] usando os trabalhadores como massa de manobra”.

Antes de usar a tribuna, o deputado já havia dito que a CPI não voltaria atrás sobre o bloqueio de bens. “Por mim, a gente não tira a ação. O responsável por pagar os salários é a JBS e isso não pode cair no colo do governo ou da CPI. O bloqueio é uma garantia que lá na frente a gente consiga o ressarcimento do Estado”, explicou.

Protesto no saguão da Assembleia Legislativa (Foto: Marina Pacheco)
Protesto no saguão da Assembleia Legislativa (Foto: Marina Pacheco)

Paralisação - O protesto que funcionários da JBS fazem na Assembleia Legislativa nesta terça-feira (17) parou os abates da empresa nas duas unidades em Campo Grande, que ficam na saída para Sidrolândia e para Corumbá.

Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Carnes e Derivados de Campo Grande, Wilson Gimenez Gregório, cerca de 2 mil trabalhadores da Capital participam na manifestação na sede do Legislativo estadual. Como as duas plantas de Campo Grande empregam 5 mil pessoas, segundo ele, ficou inviável manter os abates.

O Campo Grande News entrou em contato com a assessoria de imprensa da empresa e recebeu a informação de que a JBS liberou os funcionários para o protesto. “A JBS respeita o direito de livre manifestação e atendeu ao pedido do sindicato em liberar os colaboradores que tiveram interesse em participar do ato”, informou a assessoria em nota.

Bloqueios - A 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais de Campo Grande bloqueou no dia 9 de outubro mais R$ 615 milhões da JBS. Somado aos R$ 115 milhões que já haviam sido bloqueados anteriormente, pela empresa não cumprir com suas obrigações, como empregos, investimentos em Mato Grosso do Sul e a CPI ter encontrado até irregularidades em notas fiscais que justificavam o acesso da indústria aos incentivos concedidos pelo governo.

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