Reinaldo vê em voto de Chocolate maior evidência do “isolamento” de Bernal
O deputado federal Reinaldo Azambuja (PSDB) considera que o voto do vereador Waldecy Chocolate (PP) pela abertura do processo contra o prefeito Alcides Bernal (PP) como a maior evidência do “isolamento” político a que se impôs o chefe do Executivo. “O que mais caracteriza o isolamento foi o voto do vereador Chocolate, que era da casa dele, da cozinha dele. Faltou diálogo, isso é claro”, apontou o tucano.
Ao fazer um governo sem se importar com partidos, na opinião de Reinaldo Azambuja, o prefeito Alcides Bernal criou as condições políticas para fazer com que a oposição avançasse na Câmara de Campo Grande. “Alcides se isolou. Não conversou com partidos. Não tratou aliado com respeito”, afirmou.
Considera possível que um governante se eleja com minoria no parlamento e depois construa maioria. “Quando eleito governador, Zeca tinha dois deputados e teve sabedoria de construir base para governabilidade”, exemplificou o parlamentar. Constata, porém, que Bernal não buscou aliados, tendo optado por fazer escolhas pessoais e alijar os partidos.
Seu próprio partido, o PSDB, teria sido vítima dessa arrogância administrativa. “Foi escolhendo pessoas ao bel prazer e dizendo que PSDB estava contemplado”, lembrou Azambuja. Ontem, segundo Reinaldo, o Diretório do PSDB de Campo Grande demonstrou claramente essa insatisfação ao decidir pela expulsão de José Chadid, secretário municipal de Educação, por 34 votos a zero.
Azambuja entende que o PSDB nunca fez parte da administração de Bernal. “Nunca fomos consultados. Quando se faz parte da administração tem-se a obrigação de fazer a sua defesa, de apresentar projetos para realização de boas políticas públicas. Nós fizemos isso quando ocupamos as secretarias de Educação, com a Maria Cecília, e esporte, com o Carlos Alberto Assis, e implantamos projetos importantes para todo a cidade, que teve uma evolução nesses setores”, afirmou o deputado.
Desfecho rápido – O deputado Reinaldo Azambuja espera que a Comissão Processante instalada hoje pela Câmara de Campo Grande traga um desfecho célere para que cidade volte a se desenvolver. “Espero que tenha desfecho rápido para a cidade não fique parada”, pregou.
O prazo para a comissão apresentar seu parecer é de 90 dias. “Infelizmente vamos passar esse tempo discutindo defesa de atos que podem caracterizar improbidade administrativa de atos cometidos pelo prefeito ou secretários. Lamento, pois poderíamos estar discutindo projetos que Campo Grande tanto necessita, como na área da saúde, mobilidade urbana, pois o transito continua caótico, praças abandonadas, bairros abandonados”, asseverou o tucano.
Indagado se a decisão da Câmara o surpreendeu, Reinaldo respondeu: “Não me surpreendeu. Essa Comissão Processante é até importante para prefeito fazer a defesa dele. Não é contra o prefeito. Está sendo dada uma oportunidade para ele se defender das acusações”.
Para ele, se tem denuncias contra o prefeito, cabe à Câmara investigar a veracidade. “Não pode é condenar ninguém sem dar direito de defesa, sem apresentar documentos. Às vezes o governante erra, por não ter experiência. E, por vezes, não é por má fé”, disse. Do ponto de vista político, a aprovação da comissão, na opinião de Reinaldo, revela que Bernal não tem uma base política sintonizada.
Reflexo para 2014 – A abertura do processo que pode resultar na cassação do prefeito Alcides Bernal, na avaliação do deputado Reinaldo Azambuja, não terá tanta influência na eleição para o governo do Estado como alguns pensam. “Eleitor está sabendo separar as coisas e tem agido com liberdade de escolha. Eleitor não vota mais por cabresto, porque João ou André pediu. Vota com consciência, como votou em Campo Grande”, argumentou. Se acertou ou errou, para Reinaldo, quem vai fazer avaliação é o próprio eleitor. “Ninguém obriga ninguém a votar”, acentuou.
Percorrendo o Estado com seu projeto “Pensando MS”, que pode resultar na sua plataforma eleitoral na disputa pela sucessão do governador André Puccinelli, o deputado tucano vê eleitor hoje muito mais crítico com classe política. “Não dá mais para a classe política viver dessintonizada em relação ao que pensa o cidadão. O que me estimula na política é cada vez mais a gente vê que não é a máquina, os conchavos, quantidade de partidos que determina a eleição. É a livre vontade soberano do eleitor”, destacou.