União Brasil indica Soraya Thronicke para CPMI dos Atos Antidemocráticos
Única representante de MS ressaltou que as investigações serão feitas "sem paixões político-ideológicas"
O União Brasil escolheu a senadora de Mato Grosso do Sul Soraya Thronicke e o ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) como titulares para representar a sigla na CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que irá apurar os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro na Praça dos Três Poderes.
O bloco parlamentar que o União Brasil integra no Senado tem direito a seis vagas de titulares na CPMI. As outras quatro vagas de titulares na comissão serão ocupadas pelos seguintes partidos: Podemos, MDB, PDT e PSDB. Por enquanto, Soraya é única entre os 11 parlamentares que representam o Estado a compor a comissão no Congresso Nacional.
Entusiasta da investigação, a senadora chegou a colher assinaturas para instalação de uma CPI dos Atos Antidemocráticos, no entanto comissão não foi levada adiante porque o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), avaliou que a proposição contava com assinaturas colhidas antes da nova legislatura.
Diante da negativa, Soraya levou a questão ao STF (Supremo Tribunal Federal) alegando que todas as assinaturas feitas no pedido de abertura da CPI são de senadores que permanecem no exercício dos mandatos entre as legislaturas, “não tendo sido contabilizada nenhuma assinatura de parlamentar cujo mandato tenha se encerrado”. Apesar da insistência, a CPI não teve êxito.
“Fui a primeira parlamentar a entrar com requerimento de instalação de CPI para investigar os atos antidemocráticos do dia 08 de janeiro. Após o imbróglio em relação ao meu requerimento, assinei o pedido de CPMI, que ocorre em conjunto com a Câmara dos Deputados, pois o que importa realmente é que seja feita uma investigação séria, sem paixões político-ideológicas, com toda a responsabilidade que o caso requer. Essa CPMI é da democracia brasileira", ressaltou a senadora ao Campo Grande News.
A CPMI dos Atos Antidemocráticos só foi instalada no dia 26 de abril, após divulgação de imagens do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Gonçalves Dias, transitando entre os extremistas.
A comissão que envolve as duas casas legislativas contará com a participação de 15 deputados e de 15 senadores com igual número de suplentes. Pelo requerimento, os parlamentares terão o prazo de 180 dias para concluírem as investigações.