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Cidades

Apesar de clima pacífico, produtores rurais vivem em alerta para invasões em MS

Número de acampados reivindicando reforma agrária em MS aumentou após retorno do PT ao poder

Jhefferson Gamarra | 14/07/2023 16:28
Acampamento Alexandre Sabala, localizado em Ponta Porã (Foto: Lucimar Couto)
Acampamento Alexandre Sabala, localizado em Ponta Porã (Foto: Lucimar Couto)

Mato Grosso do Sul enfrenta um aumento significativo no número de acampamentos de sem-terra que reivindicam terras para produção agrícola após o retorno do PT ao poder no Brasil. De acordo com o MST (Movimento Sem-Terra), o crescimento das adesões tem sido orgânico e espontâneo, resultando em cerca de 20 acampamentos no Estado, abrigando aproximadamente 4 mil famílias em barracos.

Apesar do aumento no número de acampados, representantes dos produtores rurais afirmam que, por enquanto, o clima ainda é pacífico no Estado, sem ocorrência de conflitos recentes entre os acampados e os proprietários de terras. No entanto, a categoria vive constantemente em estado de alerta, ciente da possibilidade de invasões.

"Ainda não observamos nenhuma movimentação nesse sentido em Maracaju. Por enquanto, está tranquilo em relação a isso, mas sempre há uma apreensão. Não temos áreas consideradas improdutivas para que ocorram invasões, embora tenhamos percebido recentemente que esse critério não é mais levado em consideração por eles", ressaltou Claudia Nogueira, gerente do Sindicato Rural de Maracaju.

Desde o início da atual gestão, o governo estadual tem se mostrado receptivo a políticas que visam atender tanto as necessidades das pessoas que precisam ser realocadas pela reforma agrária quanto à proteção do patrimônio privado. "O governador Eduardo Riedel tem enfatizado várias vezes que manterá a ordem no Estado, tanto em questões indígenas quanto em invasões de áreas, garantindo o direito à propriedade", pontuou a representante.

A mesma visão é compartilhada pelo presidente da Acrisssul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, que destaca também a preocupação com a segurança ambiental e das vias onde os acampamentos são instalados.

"A preocupação sempre existe, mas nós, da Acrissul, confiamos que as autoridades competentes agirão prontamente, seja no Poder Executivo ou Judiciário. É importante ressaltar que os responsáveis pela faixa de domínio devem tomar providências em relação a esse tipo de acampamento, uma vez que, muitas vezes, coloca em risco a segurança das pessoas que trafegam pelas rodovias, além de causar danos ambientais frequentes devido ao uso de fogo pelas pessoas acampadas", enfatizou Bumlai.

Agenda - O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, visitará Mato Grosso do Sul nos dias 24 e 25 para uma série de compromissos. Durante a visita, será apresentado um levantamento prévio sobre a situação dos assentamentos no Estado. O ministro tem previsão de visitar o Assentamento Itamaraty em Ponta Porã e terá uma agenda conjunta com o Governo do Estado na Capital.

Atualmente, Mato Grosso do Sul conta com 192 assentamentos, onde residem cerca de 29,6 mil famílias. A visita do ministro representa uma oportunidade para discutir e avaliar a realidade dessas comunidades rurais e buscar soluções para melhorar as condições de vida dos agricultores familiares.

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