Por unanimidade, ministros decidem que Trutis será julgado por "atentado fake"
Deputado de MS responderá na Justiça por mobilizar a PF para investigar falso atentado a tiros
Todos os 11 ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) decidiram que o deputado federal bolsonarista, Loester Carlos, o Trutis (PL-MS), terá de responder na Justiça por mobilizar a PF (Polícia Federal) para investigar "atentado fake", em fevereiro de 2020. A votação parcial desta tarde - quando seis ministros haviam votado a favor da continuidade do processo -, já era suficiente para encaminhar Trutis ao banco dos réus.
No começo desta noite, contudo, os ministros Luiz Fux, André Mendonça, Nunes Marques, Roberto Barroso e Gilmar Mendes, também seguiram o parecer da ministra Rosa Weber, favorável ao recebimento da denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República.
A PGR denunciou o parlamentar por falsa comunicação de crime, porte ilegal e disparo de arma de fogo, em outubro do ano passado, após a longa investigação da PF, acompanhada pela Suprema Corte, uma vez que Trutis tem foro privilegiado.
No dia 5 deste mês, o STF começou a julgar o pedido da acusação e a ministra Rosa Weber, responsável por acompanhar todo o inquérito, votou pelo recebimento da denúncia. O julgamento virtual terminou no final desta tarde com os 11 ministros dando aval para o parlamentar responder às acusações na Justiça.
"Atentado fake" - A suposta emboscada para matar Trutis, da qual ele só teria saído vivo porque se abaixou dentro do carro onde estava e revidou, “aconteceu” no dia 16 de fevereiro de 2020. Naquele domingo, o deputado publicou no Facebook, por volta das 9h, que ele e sua equipe haviam sofrido um ataque a tiros a caminho de Sidrolândia – distante 70 km de Campo Grande.
“O carro em que estavam foi alvejado por, no mínimo, 5 disparos”, dizia a nota divulgada em rede social de Trutis naquele domingo. Rastreador do carro, câmeras espalhadas pela BR-060, perícia e exaustiva investigação levaram a Polícia Federal a descobrir, contudo, que a suposta emboscada era uma farsa ou, como classificaram os investigadores, uma “tragicomédia com dois atores”: o deputado e seu motorista, Ciro Fidélis. O assessor sustentou a narrativa do chefe ao longo do inquérito policial e também responderá ao processo.