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Cidades

Resort e fazendas são confiscados de “porteira fechada” em ação da PF contra clã

Ação contra lavagem de dinheiro sequestrou 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronave

Aline dos Santos e Anahi Zurutuza | 11/09/2020 11:20
Imóvel às margens do Lago do Manso, Chapada do Guimarães, foi confiscado pela Justiça Federal. (Divulgação: Receita Federal)
Imóvel às margens do Lago do Manso, Chapada do Guimarães, foi confiscado pela Justiça Federal. (Divulgação: Receita Federal)

Vitrines da fortuna conquistada com o tráfico de cocaína, resort particular e fazendas foram confiscados de “porteira fechada” pela PF (Polícia Federal) , que deflagrou hoje a operação Status para combater lavagem de dinheiro, crime em que se busca ocultar a origem ilegal de recursos.

As propriedades ficam em Mato Grosso, mas a operação foi liderada pela PF de Mato Grosso do Sul e buscou bens do clã Morinigo, que neste ano se transferiu para Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia na fronteira de Ponta Porã (MS). O líder é apontado como Emidio Morinigo Ximenes.

Durante coletiva de imprensa em Campo Grande, a força-tarefa, formada por PF, Receita Federal e MPF (Ministério Público Federal), informou  que o resort fica às margens do Lago do Manso, no município de Chapada dos Guimarães. No local, foram apreendidos lancha, quadriciclos e motos aquáticas.

A propriedade foi adquirida pelo líder da organização criminosa, mas registrado em nome de uma “testa de ferro”. Conforme a investigação, foi criada empresa que supostamente atuaria no ramo de hotelaria, mas que nunca explorou de fato a atividade. Em 2017, o local teve show da dupla sertaneja.

Lancha, quadriciclos e jet ski apreendidos hoje na operação Status. (Foto: Divulgação/Receita Federal)
Lancha, quadriciclos e jet ski apreendidos hoje na operação Status. (Foto: Divulgação/Receita Federal)

As fazendas, avaliadas em R$  15,4 milhões, ficam na zona rural de Barra do Garças e o maquinário também foi sequestrado por ordem da 5ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande.

Os bens estavam em nome de laranja, pessoa que empresta nome para ocultar valores de origem ilícita. A Status foi realizada em parceria com a Senad (Secretaria Nacional Antidrogas) do Paraguai.

Ao todo, foram sequestrados R$ 230 milhões, sendo dez imóveis em território paraguaio avaliados em R$ 150 milhões. O esquema criminoso investigado tinha como ponto principal a lavagem de dinheiro do tráfico de cocaína, por meio de empresas de “laranjas” e empresas de fachada, como  construtoras, administradoras de imóveis e garagens de veículos de luxo.



 A estrutura, especializada na lavagem de grandes volumes de valores ilícitos, também contava com uma rede de doleiros sediados no Paraguai, com operadores em cidades brasileiras como Curitiba, Londrina, São Paulo e Rio de Janeiro.

No Brasil, foram sequestrados e apreendidos 42 imóveis, duas fazendas, 75 veículos, embarcações e aeronaves, totalizando patrimônio de R$ 80 milhões.

Limpa pátio – Em Campo Grande, a operação Status fez uma ação “limpa pátio” na JV Motors, garagem   de veículos localizada na Avenida Salgado Filho.

Na internet, a garagem anuncia estoque de 22 veículos, com valores de R$ 17.400 a R$ 249 mil. Conforme consulta à Receita Federal, a empresa foi aberta em 2018, tem dois sócios e capital social de R$ 300 mil.

Carros apreendidos em garagem de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Carros apreendidos em garagem de Campo Grande. (Foto: Henrique Kawaminami)



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