Às vésperas do júri popular, outdoor e panfletos pedem justiça no caso Rogerinho
O objetivo da família é sensibilizar para que todos estejam presentes no dia do julgamento
“É uma dor muito grande, não tem nada que vai reparar isso”. A frase é de Adriana Mendonça Pedra, avó de Rogerinho, morto com um tiro no pescoço durante uma discussão de trânsito no dia 18 de novembro de 2009, em Campo Grande. A família mandou fazer dez outdoors e panfletos pedindo o apoio da população para o júri popular no dia 29.
O objetivo da família é sensibilizar para que todos estejam presentes no dia do julgamento. Para ela o que aconteceu foi um crime bárbaro e não pode ficar impune. “Eu não admito que uma morte brutal por causa de uma discussão de trânsito caia no esquecimento”, afirma.
Segundo a avó, não está sendo fácil para a família às vésperas do julgamento. “Hoje a minha neta de sete anos chorou e pediu para que trouxesse Rogerinho de volta”. Segundo Adriana, a irmã já passou e voltou a fazer tratamento psicológico por causa da morte do irmão.
A partir de quarta-feira (16), Adriana também começa ir às faculdades entregar panfletos para divulgar o dia. “Colocamos outdoors espalhados na área central e nos bairros e agora vou a todas as faculdades para entregar panfletos convidando os acadêmicos para estarem presentes no dia do julgamento”, finaliza a avó.
Júri popular - Vai a julgamento no dia 29 deste mês o jornalista Agnaldo Ferreira Gonçalves, que matou Rogério Mendonça de dois anos, no dia 18 de novembro de 2009, durante uma briga de trânsito.
O julgamento está marcado para começar às 8 horas e será presidido pelo juiz Alexandre Ito, da 1ª Vara do Tribunal do Júri. Agnaldo está preso desde 9 de setembro do ano passado.
A briga de trânsito aconteceu no cruzamento das avenidas Mato Grosso e Ernesto Geisel e resultou na morte de Rogério Pedra Neto, que foi atingido por um tiro no pescoço, levado para atendimento médico, mas, não resistiu.
Durante a discussão com o tio do menino, Aldemir Pedra Neto, o jornalista efetuou quatro disparos, atingindo João Alfredo Pedra (avô de Rogerinho) e o menino. A família estava em uma caminhonete L-200 e o jornalista em um Fox.
O jornalista ficou primeiramente 80 dias preso. Depois desse período conseguiu liberdade. Mas, teve nova prisão decretada, sob a alegação de que forjou uma separação para escapar da ação que cobra indenização de R$ 1,3 milhão.
Mesmo sem ter sido preso, Agnaldo obteve habeas corpus no TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul). No ano passado, a prisão preventiva foi decretada porque o jornalista não foi encontrado no endereço informado à justiça. Ele havia se mudado para Praia Grande, no litoral de São Paulo.