Catadores bloqueiam BR-163 em protesto contra interdição de aterro
Manifestantes querem representante da prefeitura no local; Guarda Municipal cumpre ordem judicial
Cerca de 20 catadores do aterro de entulho, localizado no Jardim Noroeste, estão bloqueando a BR-163 em protesto contra a interdição do local. Na manhã desta quinta-feira (15) seis viaturas da Guarda Municipal foram ao local e estão proibindo a entrada do catadores.
Eles alegam que além não poderem entrar, quem está lá dentro não pode sair com material apenas com as mãos vazias. A Justiça determinou a interdição do aterro de entulho do Jardim Noroeste, em Campo Grande.
O local funciona sem licença e mantém outras irregularidades, mesmo depois de acordo assinado com o MPE-MS (Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul) para resolver a situação, em 2012.
Os catadores bloqueiam a BR-163 com carcaça de geladeira, pneus e colchões. Uma equipe da CCRMSVia - empresa que tem a concessão da rodovia - está no local negociando com os manifestantes para o desbloqueio. Um funcionário que não quis se identificar disse que já acionou a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Um pequeno congestionamento já se forma no local.
Um caminhão caçamba está atravessado na pista. O motorista não quis falar se identificar, mas disse que chegou hoje para descarregar e o local estava fechado.
O juiz da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, David de Oliveira Gomes Filho, considerou que o aterro precisava passar por uma série de adequações, como fechando no entorno, proibição da entrada de lixos hospitalares, entre outros.
A prefeitura de Campo Grande disse por meio de assessoria que os guardas municipais estão cumprindo a ordem da Justiça.
Manifestantes - Catador há 10 anos, Orlando Oliveira disse que eles querem algum representante da prefeitura no local para explicar o motivo da interdição. Ele alega que se ficar sem trabalhar vai passar necessidade.
"Se não vim alguém da prefeitura não vamos liberar a rodovia. Se eu não trabalhar, ainda mais agora no final do ano, se a gente não trabalhar, a gente vai passar necessidade", lamentou.
O também catador, Rubens Ferreira, disse que tem três filhos pequenos e a renda da família é mantida com a venda de materiais que ele ganha ele tira do aterro. "O pouco que ganho é daqui, meus filhos vão passar necessidade, só quero trabalhar".