Cinco horas após conseguir alvará, João Amorim segue em presídio
Continua preso no Centro de Triagem do Complexo Penal de Campo Grande o empreiteiro João Alberto Krampe Amorim dos Santos, apesar da concessão de habeas corpus para ele pela Justiça Federal no início desta noite de sexta-feira (8). O empresário chegou à unidade novamente por volta das 15h30.
O alvará de soltura de Amorim foi concedido pelo desembargador do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, Paulo Fontes, por volta das 19h. Desde este momento a expectativa é que ele seja liberado a qualquer momento. Até o fechamento do texto, ele seguia no local, somando aproximadamente cinco horas de espera após o veredito judicial.
A decisão pode também se estende aos outros presos - o ex-secretário de Obras, Edson Giroto, e o cunhado dele, Flávio Henrique Garcia Scrocchio -, porém depende da manifestação dos advogados de cada para a análise do magistrado. Não está descartado que eles sejam presos durante o fim de semana.
Todos os trâmites para a soltura de Amorim já foram tomados, como expedição por e-mail comunicando a decisão liminar ao plantão da Justiça Federal de Campo Grande. A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) também já foi avisada, faltando apenas a presença de um oficial de Justiça no presídio.
Prisões - O trio Amorim, Giroto e Scrocchio foi preso novamente a pedido por causa da abertura da terceira fase da operação Lama Asfáltica, denominada Aviões de Lama, já que foi apontado dilapidação de patrimônio dos envolvidos, com a venda do avião de R$ 2 milhões que, segundo a investigação, foi comprado com dinheiro ilícito.
Segundo a PF (Polícia Federal), a transação envolveu uma aeronave de R$ 350 mil e quatro cheques, que totalizam R$ 550 mil: uma lâmina de R$ 250 mil e outras três com montante de R$ 100 mil. O restante do valor ainda seria pago. A ação visava "lavar" o dinheiro e dificultar seu rastreamento, alegou a polícia.
Porém, a Justiça Federal concedeu a liberdade para ele, em recurso impetrado pela defesa, pois o desembargador entendeu que nada impedia que Amorim vendesse o avião de R$ 2 milhões, já que ele, ao contrário de outros bens, não foi bloqueado em ações anteriores.
Sem previsões - A reportagem tentou contato com o advogado de Amorim, Benedicto Figueiredo, para ter mais informações sobre a situação do cliente dele no presídio, mas não obteve êxito. Já no plantão judiciário, não há informações sobre quando o oficial de Justiça deve ir ao Centro de Triagem soltar o empresário.
Diferentemente da primeira vez em que ele foi liberado por efeito de Habeas Corpus, no mesmo local, há movimentação de servidores da Agepen é menor no presídio, mantendo-se estritamente dentro da unidade. Lá, também não há informações sobre a situação.