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Capital

Com líderes presos há 83 dias, golpistas mantém assédio a vítimas

Suspeitos foram presos no dia 21 de novembro do ano passado e segundo a PF fizeram pelo menos 25 mil vítimas em todo Brasil

Guilherme Henri | 12/02/2018 14:50
Celso Eder, apontado como líder do esquema, no dia em que foi preso. (Foto: Marcos Ermínio)
Celso Eder, apontado como líder do esquema, no dia em que foi preso. (Foto: Marcos Ermínio)

Mesmo com os líderes presos há 83 dias na operação “Ouro de Ofir”, golpistas continuam “caçando” novas vítimas para investirem nas cotas fictícias das operações Aumetal e semelhantes.

Celso Éder Gonzaga Araújo, Anderson Flores de Araújo, Sidney Anjos Peró foram presos no dia 21 de novembro pela Polícia Federal. Eles com a ajuda de centenas de “corretores” do golpe fizeram pelo menos 25 mil vítimas em todos os estados brasileiros prometendo lucros bilionários a partir de investimentos de R$ 1 mil.

Por meio de um leitor, o Campo Grande News teve acesso a áudios que mostram que os “corretores” do golpe continuam atuando em cima da farsa desmascarada pela PF.

Nos áudios, um homem reforça várias vezes que a “roda vai girar” prometendo a quem investir que os lucros pelos investimentos na operação serão pagos até março.

O que chama a atenção são as formas de convencimento usadas pelos suspeitos. Eles se baseiam em supostas ações internacionais financeiras e ainda insistem em associar as ações a Deus e líderes religiosos, como pastores.

“Amanhã é o grande dia. A roda vai girar. Amanhã os bancos já abrem com as novas moedas de cada país com lastro em ouro. É o grande dia, isso trará mais riqueza para todos os países. Quem não acreditar vai sofrer. Todas as operações serão pagas. Vamos aguardar o chamamento dos bancos”, diz homem em áudio.

Ao Campo Grande News, o leitor que preferiu não se identificar contou que o áudio foi enviado a ele por um colega de trabalho. “Ele [colega] me mandou tentando me convencer que a operação é legítima e que quem investir vai receber os milhões prometidos”, disse.

O problema é que o colega de trabalho também é mais uma vítima e recebeu o áudio nos grupos de WhatsApp já conhecidos pela PF, que servem para inflamar as vítimas a continuarem acreditando. “Segundo meu colega eu teria que investir mais R$ 500, porém já sei de toda a história”, comenta.

Mudança – Até dezembro de 2017, a operação Ouro de Ofir tramitava na 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, especializada em lavagem de dinheiro, ocultação de bens e valores e crimes contra o SFN (Sistema Financeiro Nacional).

No entanto, no último dia 22, o juiz plantonista Roberto Polini extinguiu a ação por crimes contra o sistema financeiro e determinou que o processo fosse para a Justiça Estadual sobre os demais crimes.

Todos os integrantes tiveram pedido de liberdade negados mais de uma vez pela Justiça.

Matéria alterada no dia 19, às 15h para correção de informação.

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