STJ mantém presos golpistas que fizeram mais de 25 mil vítimas
Este é o quarto pedido de liberdade negado pela Justiça; o último foi feito no dia 28 de dezembro do ano passado
O STJ (Superior Tribunal da Justiça) negou pedido de liberdade feito pela defesa de Celso Eder Gonzaga de Araújo e Anderson Flores. Eles são apontados como líderes de um golpe com promessa de trilhões e presos na operação Ouro de Ofir, realizada em 21 de novembro do ano passado pela PF (Polícia Federal).
Com a decisão publicada nesta sexta-feira (2) Celso Eder e Anderson Flores continuarão presos. Este é o quarto pedido de liberdade negado pela Justiça. O último foi feito no dia 28 de dezembro do ano passado. Na data, à 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande, a defesa alegou que não subsistem os motivos da prisão, que terminou o prazo do inquérito (indicando que a investigação ainda precisa de muito tempo para a conclusão) e que é possível substituir a previsão preventiva por medida menos gravosa.
A decisão é da ministra Laurita Vaz, que considerou que não houve qualquer ilegalidade na decretação da prisão preventiva ou sobre os prazos na conclusão do inquérito policial. Para sustentar o indeferimento ela destacou argumentos usados em decisão do Juízo de primeiro grau:
“Há sérios indícios de oferta de investimento sem aparente garantia ou lastro econômico, perpetrada, dentre outros modus operandi, pela oferta de lucro fácil mediante a celebração de contratos de doação de montantes expressivos dos investidores, tendo como contrapartida, unicamente, o pagamento de custos operacionais para a repatriação de uma suposta comissão obtida com a negociação de toneladas de ouro, ou para liberação de uma antiga Letra do Tesouro Nacional”.
A ministra também destacou que “a priori, pelo que se observa dos autos, não houve afronta aos princípios que norteiam as medidas cautelares pessoais elencados e sequer, a rigor, a custódia cautelar pode ser substituída por alguma das medidas de liberdade”.
Além da dupla, permanece preso Sidinei dos Anjos Peró, que também é apontado pela PF como líder do esquema. O pedido de habeas corpus dele foi negado pelo TRF em dezembro de 2017.
Ouro de Ofir – A operação investiga organização criminosa que vende ilusão: a existência de uma suposta mina de ouro cujos valores, repatriados para o Brasil, são cedidos, vendidos ou até mesmo doados mediante pagamento.
Em geral, o investimento inicial era de mil reais para um resgate financeiro futuro de R$ 1 milhão. Mas há quem tenha investido R$ 500 mil. Ouro de Ofir, nome da operação, é baseado em uma cidade mitológica da qual seria proveniente um ouro de maior qualidade e beleza. Mas nem ouro e nem cidade foram localizados.