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Capital

Da periferia à área nobre, alvos da Cascalhos usam imóveis acima de suspeitas

Sede das empresas ficam em bairros da periferia enquanto proprietários moram em condomínios de alto padrão

Lucia Morel e Ana Beatriz Rodrigues | 22/06/2023 19:00
Sede da Engenex totalmente vazia ontem, por volta das 15 horas. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)
Sede da Engenex totalmente vazia ontem, por volta das 15 horas. (Foto: Ana Beatriz Rodrigues)

O Campo Grande News percorreu os imóveis – casas e empresas – de alguns alvos da Operação “Cascalhos de Areia” do Ministério Público de Mato Grosso do Sul e descobriu que nenhum deles levantava qualquer suspeita. A vizinhança comentou das movimentações discretas nesses locais e quem mora nos que são residência pouco quis falar.

No Jardim Tarumã, está a casa de Adir Paulino Fernandes, que aparece como proprietário da JR Comércio e é sogro de Edcarlos Jesus Silva, 42 anos, dono de duas outras empresas alvo da operação: a Engenex e a MS Brasil. A moradia em bairro de periferia fica no Condomínio Jorge Amado, na Rua José Carlos Amaral. Não havia ninguém no local ontem à tarde (21) e moradores próximos disseram que já há alguns dias Adir não aparecia por lá.

Por fora, foi possível verificar a casa está um pouco abandonada, com mato alto e folhas secas espalhadas na varanda. Em classificados, moradias no condomínio em questão custam de R$ 85 mil a R$ 150 mil. Na investigação do Ministério Público, a moradia de Adir, assim como a chácara que ele mantém em Terenos, apresentam características incompatíveis com quem mantém contratos milionários com a Prefeitura de Campo Grande.

Casa de Adir Paulino no Jardim Tarumã. (Foto: Alex Machado)
Casa de Adir Paulino no Jardim Tarumã. (Foto: Alex Machado)

Outros dois endereços são na Vila Sobrinho e um deles é usado em vários documentos como residência oficial de Edcarlos. Entretanto, a apuração da reportagem identificou que ele moraria, na verdade, em um dos três residenciais Damha, na Capital.

A primeira casa é na Rua Guarapari. Lá, adolescente que atendeu a reportagem disse que Edcarlos não morava lá, mas sim em outra moradia, na Rua Ivinhema. Nesse segundo endereço, o Campo Grande News encontrou um senhor que se identificou como ex-sogro de Edcarlos. Este, por sua vez, afirmou que o ex-genro mora atualmente no Damha.

Também nesse condomínio de alto padrão, mora Mamed Dib Rahim, ex-proprietário da Engenex.

Empresas – As sedes das empresas investigadas ficam todas na periferia ou em bairro modesto. A MS Brasil, por exemplo, fica no Jardim Paulista, na Rua Quintino Bocaiuva, e, assim como apurou reportagem do Campo Grande News esta semana, não tem estrutura alguma para receber maquinário pesado ou veículos de grande porte.

Assim como a Engenex e a JR Comércio, localizadas lado a lado no Jardim Monte Alegre, bem na esquina da Avenida Guaicurus com a Rua da Divisão. O endereço não havia sido localizado anteriormente e ontem, ao conversar com moradores próximos, a reportagem descobriu ausência quase que total nas empresas. Isso causa estranhamento, já que ambas têm contratos milionários com a Prefeitura de Campo Grande.

Sede da JR Comércio e da Engenex no Jardim Monte Alegre. (Foto: Alex Machado)
Sede da JR Comércio e da Engenex no Jardim Monte Alegre. (Foto: Alex Machado)

Fotos feitas no local mostram local praticamente intocado e sem nenhum funcionário por volta das 15h. “De vez em quando, cedinho, aparece alguém lavando a calçada, mas só isso”, comentou um vizinho que preferiu não se identificar. Ninguém quis falar muito, mas a reportagem conseguiu captar imagens que mostram uma cadeira quebrada na garagem e uma poltrona na recepção.

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