Defesa nega que dupla envolvida em tiroteio seja de facção
Homens teriam discutido com um militar do Exército, depois, abriram fogo contra a tabacaria e fugiram
A defesa de João Pedro de Souza Martins, 27, e de Celso Patrick Gabilão Marques, 25, nega que a dupla envolvida no tiroteio a uma tabacaria na Rua Euclides da Cunha, em Campo Grande, no final de semana, esteja envolvida com facções criminosas.
A declaração foi feita pelo advogado da dupla, Eduardo Rodrigues, em entrevista ao Campo Grande News, nesta terça-feira (31).
Segundo Rodrigues, os dois jovens, que são da Capital, o procuraram após o episódio que aconteceu na madrugada de sábado (28), porém ainda não conseguiu se reunir com ambos e por este motivo, não tem muitos detalhes do que aconteceu.
“Eles confirmaram que houve uma discussão e que o militar havia sacado uma arma dentro do estabelecimento. Disseram ainda que chegaram a questionar o proprietário do lugar sobre como poderia haver uma pessoa armada lá dentro e, em seguida, foi pedido para que o militar se retirasse do estabelecimento”, contou.
A defesa afirmou ainda não saber de quem seria o veículo usado na fuga, nem sobre a relação dos clientes com o terceiro envolvido, Marcos Paulo Pereira Valdez, de 28 anos. Disse ainda que João e Celso tem interesse em se apresentar para esclarecer os fatos e que data e horário serão confirmados com delegado do 1° DP.
Caso - No sábado, Marcos, João Pedro e Celso estavam na tabacaria, quando teriam discutido com um militar do Exército, de 22 anos, e chegaram a afirmar que pertenciam ao "Comando de Ponta Porã". Depois, abriram fogo contra o estabelecimento e fugiram em um Chevrolet Cruze blindado.
Na região da Rua 14 de Julho, equipe da Guarda Municipal flagrou os suspeitos em alta velocidade e na contramão. Ordem de parada foi dada, mas o trio fez manobra arriscada e fugiu. Eles foram perseguidos, mas conseguiram escapar. Momentos depois, o Cruze foi encontrado abandonado na área da antiga rodoviária.
Passagens - Marcos Paulo é considerado um dos “cabeças” do grupo de pistoleiros de Sérgio Arruda Quitiliano, o Minotauro — membro da maior facção criminosa do Brasil e conhecido por chefiar uma espécie de grupo de pistoleiros e matadores de aluguel no Paraguai.
Além de ser apontado como um dos cabeças do grupo de pistoleiros de Minotauro, Marcos Paulo fez parte da fuga em massa do Presídio de Pedro Juan Caballero em janeiro de 2020. Na ocasião, 75 presos fugiram da penitenciária em um plano que custou R$ 6 milhões à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Já Celso Patrick Gabilão, que estava com o grupo que abriu fogo contra a tabacaria, também é procurado pela polícia. Em julho de 2019, na disputa do controle da fronteira, ele foi ferido a tiros em Ponta Porã durante atentado.