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Desde sexta-feira sem luz, o jeito é dormir às 19h, diz moradora no Santa Luzia

Dona de mercearia calcula prejuízo de R$ 5 mil e moradores estão com serviço de casa acumulado

Silvia Frias e Mirian Machado | 17/10/2021 09:06
Desde sexta-feira sem luz, o jeito é dormir às 19h, diz moradora no Santa Luzia
Na mercearia, freezers desligados no Bairro Santa Luzia. (Foto: Paulo Francis)

O temporal ainda mantém seus efeitos para moradores na Rua Santa Rosa, na quadra entre as vias Santo Inácio e São Thomás. O fornecimento de energia acabou por volta das 15h de sexta-feira e, até agora, não voltou.

Desde sexta-feira sem luz, o jeito é dormir às 19h, diz moradora no Santa Luzia
Sorvetes derreteram e, agora, vão para o lixo. (Foto: Paulo Francis)

“Não consigo fazer mais nada, estou indo dormir cedo, o problema é quando acordo”, lamentou a dona de casa Maria Alves, 59 anos. Desde sexta, as roupas se acumulam, sem ter como colocar na máquina. O freezer foi mantido fechado para não perder a refrigeração, mesmo desligado, medida paliativa para evitar que os alimentos se estraguem mais rapidamente.

À noite, acendeu vela, mas a luz é tênue e não clareia o suficiente. “Aí fui dormir 19h”. Maria diz que o celular está sendo carregado no caminhão do filho, estacionado na frente de casa. Sem luz na rua, este é outro temor da família, já que toda a quadra está às escuras.

A vizinha, Marilza dos Santos, 69 anos, ainda tem outro agravante, além dos compartilhados com Maria. O remédio que usa regularmente para problema nos rins deve ser mantido refrigerado, mas desde sexta, está em temperatura ambiente. “Estou tendo que tomar quente para não perder”.

Desde sexta-feira sem luz, o jeito é dormir às 19h, diz moradora no Santa Luzia
Maria Alves diz que está indo dormir até mais cedo. (Foto: Paulo Francis)

Na mercearia da família de Camila Ventura, 25 anos, o prejuízo calculado já chega a R$ 5 mil. A cerveja que estava gelada, já esquentou, os sorvetes derreteram e os perecíveis, como queijo e presunto, vão ter que ir para o lixo. “Vamos ter que jogar tudo fora”, disse.

Ontem, a mercearia ficou aberta às 19h30, mas com tudo às escuras e na insegurança, optou-se em fechar o estabelecimento. “Normalmente, no fim de semana, ficaria até 23h, mas agora não dá”. Camila disse que se lembra de episódios em que ficou 2h sem energia, mas nada se compara a situação atual.

A reportagem entrou em contato com assessoria da Energisa, concessionária de energia de Campo Grande, e ainda aguarda atualização dos bairros sem energia. Ontem, o último balanço, indicava cerca de 5 mil chamadas em aberto.

Desde sexta-feira sem luz, o jeito é dormir às 19h, diz moradora no Santa Luzia
Mercearia no Bairro Santa Luzia: prejuízo de R$ 5 mil. (Foto: Paulo Francis)


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