Em 'situação insustentável', auxiliares querem 300 novos alvarás de táxi
Motoristas relatam dificuldade, ampliada com a chegada da Uber
Classificando como “situação insustentável”, auxiliares de taxistas foram à Câmara Municipal de Campo Grande, nesta terça-feira (14), onde relataram dificuldades em seguir na profissão, pedindo a emissão de pelo menos 300 novos alvarás para o setor. A discussão iniciou com o decreto – agora suspenso - que regulamentou o serviço de carona paga, como a Uber.
Representante dos auxiliares de taxistas, Edinaldo Ribeiro de Lima diz que a categoria vai pedir à Prefeitura que libere esta quantidade de alvará para os auxiliares. De acordo com ele, só assim poderão ter maior competitividade com os motoristas de aplicativos e oferecer um preço "acessível".
Ele alega que o pedido de mais alvarás nada mais é do que a solicitação de um direito adquirido, pois muitos estão esperando por um longo tempo, alguns aguardam há 30 anos. "Eu estou esperando há 15 anos, e olha que sou um dos novos. Tem auxiliar que está há 30 anos na fila de espera por alvará".
Antes da Uber, os auxiliares conseguiam tirar em torno de R$ 100 e em dias com eventos, R$ 200. Situação que mudou agora.
O representante dos auxiliares diz que atualmente está "insustentável" seguir na profissão, pois os ganhos não são suficientes para pagar as contas e sustentar a família. "Hoje trabalhamos 24 horas para ganhar R$ 40 a R$ 50", alega Edinaldo. Esse é o lucro que sobra após os gastos com gasolina e taxa ao dono do táxi que utilizam.
Edinaldo diz que a profissão corre o risco de extinção, "se providências não forem tomadas, estamos com os dias contados".
Atualmente são 680 auxiliares cadastrados na Agetran (Agência Municipal de Trânsito). Caso a Prefeitura aumente o número de licenças, o critério de seleção será por tempo de serviço que o auxiliar exerce a profissão.
Edinaldo diz que a categoria não é contra os aplicativos, que muitos migraram para eles. Eles só querem mais competitividade e condições para isso. "Isso só beneficiaria a população".