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Capital

Ex-servidor da Justiça acusado de desviar dólar tem R$ 12 mil bloqueados

Aline dos Santos | 12/01/2017 11:24
Jedeão trabalhou por 21 anos na Justiça Federal. (Foto: Fernando Antunes)
Jedeão trabalhou por 21 anos na Justiça Federal. (Foto: Fernando Antunes)
Jedeão é réu em ação por desvio de dólares. (Foto: Reprodução/Facebook)
Jedeão é réu em ação por desvio de dólares. (Foto: Reprodução/Facebook)

Acusado de desviar por 26 vezes dólares apreendidos em ações policiais e réu em ação penal, Jedeão Oliveira teve R$ 12.900 bloqueados em processo por dano ao erário.

Ele ocupou cargo de confiança por 21 anos na 3ª Vara Criminal da Justiça Federal de Campo Grande e foi demitido em junho de 2016. Comandado pelo juiz federal Odilon de Oliveira, o departamento é especializado no combate à crime de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro.

Na ação civil pública , movida pela União Federal, consta que U$ 8.600 apreendidos em 2014 não foram depositados na Caixa Econômica.

Ainda de acordo com ação, Jedeão desviou o valor, o que sustenta o pedido para que ele responda pelos crimes de enriquecimento ilícito, prejuízo ao erário e violação dos princípios administrativos. O processo tramita na 4ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande e a decisão do bloqueio de dinheiro é de outubro. O valor corresponde à remuneração do ex-diretor.

No mês passado, a Justiça aceitou a denúncia contra Jedeão de Oliveira na ação penal movida pelo MPF (Ministério Público Federal). A informação consta no despacho do juiz Dalton Igor Kita Conrado, que também revogou o segredo de justiça da ação, mantendo o sigilo dos documentos.

A exoneração de Jedeão foi publicada em 30 de junho, com validade retroativa a 18 de junho. O documento informa que ele não tinha vínculo efetivo com a administração e ocupava cargo em comissão de diretor de secretaria (CJ-3). Conforme o Portal da Transparência, a remuneração para o cargo era de R$ 12.940,02.

A defesa de Jedeão informa que não conhece a acusação. “Ainda não fomos citados. Não tem como manifestar, não vi o objeto da denúncia”, afirma o advogado José Roberto Rodrigues da Rosa

Correição – Em paralelo às denúncias, a 3ª Vara Criminal da Justiça Federal passou por correição extraordinária em agosto de 2016.

A vistoria da Corregedoria do TRF 3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região) foi solicitada pelo juiz, que, apesar do mesmo sobrenome, não tem parentesco com Jedeão. A vistoria foi realizada entre 22 de agosto e 2 de setembro de 2016. O começo do trabalho foi acompanhada pela corregedora Therezinha Carzeta.

A correição também é acompanhada pela OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que aguarda a conclusão do relatório. “A correição ainda não foi concluída. São muitos processos para analisar, entre os anos 2000 e 2016, é um volume muito grande de trabalho”, afirma o advogado Fábio Nogueira. O valor total do desvio não foi informado. Na ação penal, os documentos estão em sigilo.

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