Faixas parabenizam Polícia e Justiça por prisão da “milícia que mata”
Banners amanheceram em frente aos prédios da Garras, Gaeco, Batalhão de Choque e próximo ao TJMS
Faixas com parabéns pelas prisões da Operação Omertà amanheceram afixadas em frente às sedes de órgãos da Polícia e do Judiciário que desencadearam, na sexta-feira (1º), a força-tarefa que teve o empresário e pecuarista Jamil Name, de 80 anos, e o filho dele, conhecido como Jamilzinho, como principais alvos.
Os banners dizem que “as famílias agradecem os heróis que prenderam a milícia que mata” e “queremos justiça”. Foram colocados em frente aos prédios do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros), do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), do Batalhão de Choque e na entrada do Parque dos Poderes, próximo ao TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Frequentadora assídua do parque, uma aposentada de 62 anos, que pediu para ter a identidade preservada, só reparou na existência da faixa nesta manhã. “Mas é isso mesmo, está certo. Eles têm que pagar pelo que fizeram. Cada um escolhe o que quer ser na vida e eles escolheram ser bandidos. Agora que aguentem”, comentou.
Em frente ao Gaeco, uma pessoa, que pediu para se identificar apenas como entrevistado, contou que por volta das 23h desta segunda-feira (30) percebeu que a faixa havia “surgido” no local.
Na manhã de domingo (29), dois dias depois de deflagrada a operação, uma faixa nos altos da Avenida Mato Grosso, na entrada do Parque dos Poderes, deixou muita gente curiosa na manhã deste domingo. Ao lado da imagem de personagem do conto Flautista de Hamelin, com desenho também de um rato e de um gato preto, é feita a pergunta: "O que acontece com o rato que solta o gato?"
Omertà - A investigação da Garras e do Gaeco aponta que os alvos são integrantes de milícia especializada em execuções de inimigos, responsável por ao menos oito assassinatos, dentre eles os do chefe de segurança da Assembleia Legislativa, Ilson Martins Figueiredo, 62 anos, do ex-segurança do traficante Jorge Rafaat, Orlando Silva Fernandes, o Bomba, de 41 anos, e do estudante Matheus Coutinho Xavier, assassinado por engano no lugar do pai, o policial Paulo Roberto Teixeira Xavier. Os crimes ocorreram entre junho do ano passado e abril deste ano.
Nesta sexta-feira passada, com apoio do Bope e do Choque, a operação foi às ruas para prender 23 pessoas, sendo 13 preventivamente e 10 temporariamente (prazo de 30 dias), além de 21 mandados de busca e apreensão.
As ações terminaram com 19 pessoas presas e a apreensão de computadores e R$ 160 mil em dinheiro, cheques em nome de terceiros, armas dos calibres 38, 22 e 12, munições, aparelhos celulares, inclusive os conhecidos como “bombinhas”, que são descartados após o uso.
Omertà é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do sul da Itália.