Sem fiança, Jamil Name agora precisa se livrar de duas prisões preventivas
Investigado e por isso preso preventivamente, também pesa contra empresário flagrante de arma e munições
Além de ter prisão preventiva decretada por consequência da Operação Omertà, na semana passada, Jamil Name ficará preso por posse de munições e espingarda. A decisão foi tomada nesta segunda-feira (30) por David de Oliveira Gomes Filho, depois de ouvir o investigado. O juiz é titular da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, mas cumpre plantão nesta manhã nas audiências de custódia.
Preso preventivamente na sexta-feira (27), suspeito de chefiar milicia responsável por 4 assassinatos desde abril, Name também teve prisão em flagrante decretada porque a força-tarefa encontrou na cômoda do quarto dele um carregador de pistola Glock, com 17 cartuchos. As buscas ocorreram na casa do empresário e pecuarista, localizada em condomínio de luxo no Jardim São Bento.
Equipe esteve ainda no haras de Name, onde encontraram a espingarda calibre 12. Sobre a arma, o pecuarista disse à Justiça que “pode ter cedido” a um funcionário.
Nesta manhã, a prisão em flagrante foi convertida em preventiva (por tempo indeterminado). Para que Name saia da cadeia, portanto, a defesa dele terá de derrubar agora as duas prisões.
O Campo Grande News apurou que para o juiz, embora o empresário tenha 80 anos, a prisão domiciliar, como pleiteava a defesa, não seria suficiente. David de Oliveira destacou ainda que por causa da idade, o preso merece atenção, mas deve continuar custodiado em presídio.
Audiências – Também foram ouvidos hoje Frederico Maldonado Arruda, de 56 anos, Elton Pedro de Almeida, de 52, Luiz Fernando da Fonseca, 53, e Arthur Cunha D’alecio, 30. Todos eles continuam presos.
Frederico, Luiz Fernando e Athur tiveram os flagrantes convertidos. Já Elton teve a liberdade provisória concedida sob fiança fixada em R$ 2.994, mas segue preso porque era uma dos alvos dos mandados de prisão expedidos para a operação.
Passam por audiências de custódia somente presos em flagrante delito. O objetivo é avaliar se houve alguma ilegalidade na prisão.
Omertà - A investigação da Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Banco, Assalto e Sequestros) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) apontam que os alvos são integrantes de milícia especializada em execuções de inimigos. Os líderes do bando são os empresários Jamil Name e Jamil Name Filho, conforme as apurações iniciais.
Nesta sexta, equipes do Garras, Gaeco, Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) e Batalhão de Choque foram às ruas para prender 23 pessoas, sendo 13 preventivamente e 10 temporariamente (prazo de 30 dias), além de 21 mandados de busca e apreensão.
As ações terminaram com 19 pessoas presas e a apreensão de computadores e R$ 160 mil em dinheiro, cheques em nome de terceiros, armas dos calibres 38, 22 e 12, munições, aparelhos celulares, inclusive os conhecidos como “bombinhas”, que são descartados após o uso.
Omertà é um termo da língua napolitana que define um código de honra de organizações mafiosas do sul da Itália.