Juiz marca audiência de PM reformado que matou empresário no Procon
Defesa chegou a pedir a liberdade do policial no fim de março, mas petição foi negada
Foi marcada para a tarde do dia 9 de maio deste ano a 1ª audiência de instrução e julgamento do assassinato do empresário Antônio Caetano de Carvalho, 67 anos, durante uma conciliação no Procon. O caso aconteceu em 13 de fevereiro na sede do órgão em Campo Grande. O autor, o subtenente da PM (Polícia Militar) reformado José Roberto de Souza, 53, se entregou dias depois e está preso preventivamente.
Ainda em fevereiro, o militar foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por homicídio qualificado por motivo fútil, já que matou o empresário apenas porque tiveram desavenças comerciais referentes aos serviços prestados pela vítima no automóvel do denunciado”.
Segundo o promotor de Justiça, Douglas Oldegardo Cavalheiro dos Santos, o modus operandi adotado pelo militar ainda impediu que Caetano “pudesse esboçar qualquer reação” para impedir o crime qualificando o homicídio com utilização de “recurso a dificultar a defesa do ofendido”.
Dia 24 de março, a defesa do policial fez o pedido de liberdade. Na ocasião, o advogado José Roberto da Rosa alegou que o militar tem residência fixa, profissão definida e família constituída, além disso, afirmou que José precisa de tratamento psiquiátrico constante, no entanto, cinco dias depois a petição foi nevada pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos.
Nessa primeira audiência, serão ouvidas as testemunhas de acusação. Em seguida, após a defesa preliminar, será marcada uma nova sessão para ouvir a defesa e o militar. Ao Campo Grande News, o advogado do policial confirmou que ainda espera o laudo psiquiátrico para saber o estado mental do autor.
“Deve ser entregue em breve. Já existe um laudo que atesta que ele tem esses problemas, que foram o motivo de ele ser levado para a reforma da Polícia Militar. Eu pedi uma nova bateria de exames que levam alguns meses de acompanhamento e no final eles vão me dar uma devolutiva sobre qual o estado mental dele atual e deve sair nos próximos dias isso”, disse o advogado José Roberto.
Morte – Caetano foi executado durante uma audiência de conciliação no Procon, localizado na Rua 13 de Junho, região central de Campo Grande. Ele foi atingido por três tiros na cabeça dados pelo policial aposentado, que fugiu. O militar acabou se apresando na 1ª Delegacia de Polícia Civil acompanhado pelo advogado José Roberto Rodrigues da Rosa, na ocasião, chegou a dizer que matou o empresário por ter se sentido desrespeitado e alegou ainda fazer uso de medicamentos controlados.
Em seguida, foi levado para exames de corpo de delito e encaminhado para o Presídio Militar, onde está até o momento.