Júlio Cesar chama ex-aliados de traidores e descarta renúncia na OAB
Depois da renúncia coletiva de 81 dirigentes da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil), que pedem a saída do presidente Júlio Cesar Souza Rodrigues e uma eleição suplementar em 50 dias, o chefe da entidade afirmou nesta terça-feira (25) que permanecerá no cargo. Ele disse que o objetivo é que a instituição continue com as atividades normais e não fique paralisada. O presidente ainda acusou os ex-diretores de traírem a instituição ao protocolarem a renúncia ontem.
No discurso feito no auditório da OAB, Júlio falou que apenas 30 advogados foram protocolar a renúncia de 77 membros ontem (24) com objetivo de inviabilizar a Ordem no Estado. O presidente justificou que existem 12 mil advogados filiados e que a candidatura dele contou com o apoio de dois grupos políticos. No entanto, ele nem mencionou que a maior parte já lhe retirou o apoio.
“Durante meu mandato, fui alvo de injustiça e falta de respeito. Ultrapassaram os limites, o nome e o prestígio da OAB. A renúncia desses dirigentes fere o ideal republicano, eles traíram o estatuto da Ordem e a traíram a ordem”, diz.
Júlio Cesar falou ainda sobre as ações do Conselho Federal que encaminhou um observador para Campo Grande para tratar sobre o caso. E que com a renúncia coletiva, os membros desrespeitaram o Conselho.
“Eles disseram que a ordem estava ingovernável e que o presidente estava isolado, porém, de outubro de 2013 a fevereiro de 2014, desempenhamos 503 atividades e cumprimos mais de 70% do nosso compromisso de administração”.
Sobre as atitudes que serão tomadas em relação à renúncia, o presidente da OAB disse que ainda hoje dará uma resposta sobre o caso. Sobre a saída dele, Júlio nega e afirma que não há possibilidades no estatuto de novas eleições serem convocadas.
Prefeitura – Sobre uma das denúncias da diretoria em relação ao contrato firmando entre Júlio e a administração de Alcides Bernal (PP), o presidente disse que o caso já foi analisado pelo Conselho Federal que considerou o contrato legal. “Já tem uma ação popular na Justiça e eu vou responder na esfera judicial”.
A crise na OAB-MS surgiu em razão de Júlio Cesar ter feito tratativas contratuais no ano passado com Alcides Bernal, então prefeito da Capital, para buscar a elevação do índice do ICMS. Bernal foi cassado, enquanto Júlio Cesar continua comandando a OAB-MS.
Primeiro a oposição levantou o questionamento ético da conduta de Júlio Cesar, já que, como presidente da OAB-MS, poderia influenciar no julgamento de processos que correm na entidade contra Bernal, por sua atuação advocatícia, especialmente no caso da catadora de lixo Dilá de Souza. Depois, a Diretoria da OAB-MS isolou Júlio Cesar na entidade e buscou no Conselho Federal a intervenção, que até hoje não foi votada.