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Capital

Justiça determina sigilo para caso de assédio sexual de ex-prefeito

Determinação foi feita após pedido das advogadas de Marquinhos Trad e foi publicada no Diário da Justiça

Ana Paula Chuva | 06/02/2023 13:59
Marcos Trad ao lado do primo advogado José Belga Trad após prestar depoimento na Deam em outubro do ano passado. (Foto: Paulo Francis | Arquivo)
Marcos Trad ao lado do primo advogado José Belga Trad após prestar depoimento na Deam em outubro do ano passado. (Foto: Paulo Francis | Arquivo)

Foi publicada no Diário da Justiça desta segunda-feira (6) a determinação de sigilo externo, para impedir que a imprensa ou a população tenham acesso aos autos ou elementos de informação, em caso de assédio sexual respondida pelo ex-prefeito Marcos Trad. O pedido foi feito pela defesa do acusado, assim como a absolvição sumária que ainda será analisada.

Conforme a publicação, somente representantes cadastrados conseguirão consultar os autos na íntegra. “Diante da manifestação defensiva, comprovando acesso a informações do processo, por terceiros e segredo de justiça já estabelecido para assegurar o direito à intimidade dos envolvidos - réus e vítimas - determino que o presente feito tramite também sob sigilo externo”, diz o texto.

A defesa do ex-prefeito fez o pedido após vazamento de informações das investigações. As advogadas Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores também entraram com a petição de absolvição sumária de Marquinhos, mas ainda será analisada.

Réu – A investigação foi aberta após as primeiras acusações, feitas por quatro mulheres: duas de 32 anos, outra de 31, e uma mais jovem, de 21 anos. Os casos teriam ocorrido a partir de 2003. Marquinhos Trad admitiu relações extraconjugais, mas negou crime. A responsável pelo caso foi a delegada Maíra Pacheco, adjunta da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

Depois que se tornou candidato ao Governo de Mato Grosso do Sul, denúncias feitas por pelo menos 16 mulheres chegaram à delegacia. Algumas denúncias foram arquivadas e três inquéritos policiais trancados por determinação judicial.

Além do depoimento das vítimas e oitiva com testemunhas, atrás de provas, a Deam fez duas operações – no dia 9 de agosto, quando foram cumpridos mandados de busca e apreensão no Paço Municipal, e no dia 31, quando o ex-servidor da Prefeitura de Campo Grande, Victor Hugo Ribeiro Nogueira da Silva, de 36 anos, foi preso. Ele estaria coagindo vítimas a mudarem os depoimentos à polícia.

No dia 18 de outubro, ao sair da delegacia, onde prestou depoimento por cerca de quatro horas, o ex-prefeito voltou a dizer que foi vítima de armação política e o tempo mostraria a verdade. As advogadas Andrea Flores e Rejane Alves Arruda, que defendem o ex-prefeito, afirmaram ainda que cafetina arregimentou garotas de programa para fabricar denúncias contra o cliente.

Em 9 de novembro, ele foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) por crimes sexuais cometidos contra mulheres. O processo tramita na 3ª Vara Criminal de Campo Grande e a juíza Eucélia Moreira Cassal decidiu aceitá-lo em dezembro, quando Marcos se tornou réu por assédio sexual e crimes contra a dignidade sexual de sete mulheres.

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