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Capital

Morador grava ação em “buraco imaginário” e vídeo divide opiniões

Michel Faustino | 05/02/2015 18:15

Campo Grande News esteve na tarde de hoje no local e constatou que a rua estava cheia de remendo. (Foto: Marcelo Calazans)
Campo Grande News esteve na tarde de hoje no local e constatou que a rua estava cheia de remendo. (Foto: Marcelo Calazans)

O serviço de tapa-buraco realizado nas ruas da Capital voltou a ser alvo de polêmica. No inicio da tarde desta quinta-feira (05) morador gravou o trabalho de operários da empresa Proteco Construções realizando o serviço na Rua Eunice Weaver, no Bairro Santo Antônio, região oeste da Capital. A ação chamou a atenção porque o revestimento estaria ocorrendo em local sem buracos. A construtora nega qualquer irregularidade e lembrou que o serviço é acompanhado por fiscal da Prefeitura. 

No vídeo, o morador narra a ação dos operários, que é repreendida por ele. “Olha só, o pessoal é bem cara de pau mesmo, heim, não tem nem buraco (sic)”. Além da pessoa que gravou o vídeo, outros moradores acompanharam a ação com ar de reprovação.

O Campo Grande News foi até o local na tarde de hoje conversar com os moradores a respeito do serviço e constatou que a via estava toda cheia de remendo. Na foto enviada pelo leitor, que pediu para não ser identificado, é possível verificar pequenas fissuras na rua onde foi realizada a operação tapa-buracos.

Apesar do vídeo mostrar que aparentemente os operários estariam despejando o revestimento asfáltico em um local onde há apenas fissuras, o aposentado Wildoci dos Santos, 73 anos, afirma que o serviço era necessário, e a rua estava “cheia de buracos”. “Aqui tava muito feio. Tava precisando. Sempre quando chove abre os buracos aqui”, disse.

Já a dona de casa, Maria Denise, 50 anos, nega que a rua estaria em condições precárias. Segundo ela, em toda a extensão da via existem algumas fissuras, que no entanto, não necessitavam dos reparos que foram feitos.

“Aqui não tem buraco não, tem apenas algumas deformações. Eu acho isso um desperdício. Eles deveriam fazer isso onde realmente onde precisa. Primeiro tinham que consertar o que precisa e depois se sobrar dinheiro eles fazem aqui e ou em outros lugares. É um absurdo e um desperdiço de dinheiro”, disse.

O aposentado Roberto Paula da Silva, 60 anos, que aparece nas imagens feitas durante a ação dos operários afirma que o serviço era necessário, no entanto, alguns “remendos” foram feitos aonde não precisava.

“Aqui tinha sim uns buracos, mas eram no máximo uns três. Ai o pessoal tampou os buraco e aproveitou e fez mais remendos aonde não precisava. Eu acho isso um absurdo, isso porque já deu problema uma vez e eles continuam fazendo”, relatou.

O secretário de infraestrutura do município Valtemir Alves de Brito foi procurado por telefone para comentar o caso, no entanto, até o fechamento desta matéria não atendeu e nem retornou as ligações.

O empresário João Amorim, proprietário da empresa Proteco, afirmou que todo o trabalho realizado na Rua Eunice Weaver, no bairro Santo Antônio, alvo da gravação, foi acompanhado por um fiscal da Prefeitura que atestou a necessidade da realização do serviço.

"Todo o serviço feito estava dentro das normas e foi acompanhado pelo fiscal da prefeitura. O que acontece é que há lugares, que mesmo não totalmente deteriorados, é necessário realizar o reparo para evitar danos futuros, mas tudo isso feito sob análise  e aprovação dos fiscais", ponderou.

Serviço caro – O serviço de tapa-buraco movimenta milhões de reais por ano. Para 2015, o orçamento previsto foi definido em R$ 137.488.419 para tampar 11.976.588 metros quadrados de buraco na Capital.

A cada ano, a metragem de tapa buraco só tende a aumentar. Para o ano que vem, está previsto a realização de 12.425.710 metros quadrados, um aumento de 3% de área. Em 2017, o fim do mandato do prefeito Gilmar Olarte (PP), será feita 38.352.293 metros quadrados de reconstituição asfáltica.

A polêmica ganhou força com um outro vídeo, gravado pelo porteiro Eder Palermo, 39, que mostrava a operação em um buraco fantasma. O alvo da ação era a Selco Engenharia, que negou irregularidade, mas teve o contrato com o município suspenso.

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